Com recorde de queimadas no Pantanal, MS decreta emergência

O Pantanal mato-grossense teve aumento de 530% nos registros de queimadas no primeiro semestre deste ano.

Na última sexta-feira (24), o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, declarou situação de emergência ambiental na área do Pantanal. Válido por 180 dias, a medida suspende todas as autorizações de queimadas controladas na região.

Desde o início de 2020 foram registrados mais de 3 mil focos de incêndio. É o maior número desde que começaram as medições do INPE, em 1998. Ou seja, recorde histórico de queimadas em 22 anos.

Imagens de satélite identificaram que, em apenas dois dias, cerca de sete mil hectares foram consumidos e, em duas semanas, 35 mil hectares de vegetação nativa. Os focos estão sobretudo na borda do Rio Pantanal, em frente a cidade de Corumbá e Ladário.

Foto: Ascom | CBMMS

Outro dado revela que o Pantanal mato-grossense teve um aumento de 530% nos registros de queimadas no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A informação vem de uma ferramenta interativa lançada pelo Instituto Centro de Vida (ICV) criado a partir de dados do INPE.

“São vários focos de incêndio e a suspeita é que o fogo tenha sido provocado pela ação humana, já que não estava chovendo [e, portanto, nenhum raio atingiu a vegetação] quando as chamas surgiram. Mas só a investigação policial vai poder apontar a origem, pois, no momento, não sabemos se foi algo criminoso ou causado por negligência”, afirmou o tenente-coronel Fernando Carminati, do Corpo de Bombeiros estadual, à Agência Brasil.

Foto: MS | Secom

O Observatório Pantanal alerta que incêndios não estão ocorrendo somente no lado brasileiro. “Os vizinhos – Paraguai e Bolívia também estão sofrendo com o fogo, que ultrapassa a região de fronteira com o Brasil”. Segundo a organização, que reúne atualmente cerca de 37 instituições-membros, nos três países, os focos chegam na região conhecida como Chaco Úmido, próximo às cidades de Concepción e Fuerte Olimpo.

O Observatório acredita que o segundo semestre pode ser ainda mais crítico com a temporada da seca. Por isso, além do combate, há sempre o esforço de realizar campanhas de prevenção. Neste momento, estão sendo preparadas mensagens que serão veiculadas nas rádios do lado brasileiro, paraguaio e boliviano, além de um vídeo.

Fonte: Terra