Pandas ficam no limbo devido à pandemia

Zoológico canadense alerta que animas estão sob risco de inanição pela falta de bambu causada pela covid-19. Transferência para China esbarra em restrições de importação impostas para conter coronavírus.

Os pandas Er Shun e Da Mao ameaçados pela fome no zoo de Calgary, no Canadá

O zoológico da cidade de Calgary, no Canadá alertou nesta quinta-feira (06/08) que seus ursos pandas gigantes estão ameaçados pela fome com o esgotamento dos estoques de bambu fresco. As importações do alimento favorito dos pandas esbarram nas restrições impostas após o agravamento da pandemia de covid-19.

Em maio, os diretores do zoo anunciaram que tentariam devolver os pandas Er Shun e Da Mao para a China, após a covid-19 prejudicar o abastecimento dos alimentos. Mas, na última terça-feira (04/08), eles afirmaram que ainda não haviam conseguido as licenças para o transporte dos animais.

Segundo o zoo, governo chinês não forneceu os documentos necessários para a transferência dos pandas em razão das restrições impostas para conter o coronavírus e da falta de espaço físico para deixar os animais em quarentena.

“Acreditamos que o melhor lugar para Er Shun e Da Mao seja onde o bambu é farto e de fácil acesso. Os contínuos atrasos nas permissões internacionais colocam em risco a saúde e o bem estar desses maravilhosos pandas gigantes”, afirmou em nota o CEO do zoológico de Calgary, Clément Lanthier. O zoo vem conseguindo adquirir bambu fresco na província vizinha da Colúmbia Britânica, mas esses estoques devem durar apenas até setembro.

Os pandas têm necessidades nutricionais únicas e 99% de sua dieta é composta de bambu fresco. Os animais adultos consomem cerca de 40 quilos da planta por dia. Em outros países onde há pandas em zoológicos, como na França, Espanha e algumas partes da Ásia, o bambu pode ser cultivado localmente com mais facilidade do que no Canadá.

“Nossa maior preocupação é o acesso deles ao bambu fresco todos os dias”, afirmou Greg Royer, chefe de operações do zoológico de Calgary. Antes da pandemia, o zoo recebia o bambu vindo da China entre 48 e 60 horas após ser colhido, contou. “Jamais alimentamos os pandas com bambus que tivessem mais de 6 ou 7 dias. Este é o grau de frescura que eles precisam.”

Er Shun e Da Mao chegaram ao zoo no oeste canadense em março de 2018, vindos do zoológico de Toronto, como parte de um acordo de 10 anos firmado entre o Canadá e a China que expira em 2023.

Fonte: Deutsche Welle