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Como você testa o novo sensor da maior câmera digital do mundo? Você tira uma foto de brócolis, é claro.
Isso pode parecer bizarro, mas as formas intrincadas encontradas no brócolis romanesco são um bom teste para verificar se você consegue captar muitos detalhes.
E, para a câmera que será instalada no Observatório Vera Rubin no Chile, desempenho é tudo. Este dispositivo de 3,2 gigapixels ajudará a desvendar algumas das questões mais importantes da astronomia.
Pode até nos levar mais perto de compreender a “energia escura” e a “matéria escura” que parecem estar controlando a evolução de muito do que vemos quando olhamos para cima.
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O Observatório Vera Rubin fará isso criando o que só pode ser descrito como um mapa estupendo do céu. Ele pesquisará todo o seu campo de visão, a cada poucas noites, por 10 anos.
O observatório não apenas registrará as posições de bilhões de estrelas e galáxias, mas também vai capturar qualquer coisa que se mova ou pisque. Será um tesouro de dados que manterá os cientistas ocupados por décadas.
Mas, para realizar tal pesquisa, o observatório precisa de uma câmera especial, como a que está sendo montada agora no Laboratório Nacional de Aceleração SLAC, na Califórnia.
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Em seu coração está um plano focal de 64 cm de largura, composto por 189 sensores individuais, ou dispositivos de carga acoplada (CCDs). Montar todos com segurança e precisão e manter seus complexos eletrônicos agindo em harmonia tem sido um grande desafio.
Mas as fotos divulgadas em setembro demonstram que a tarefa foi concluída com sucesso.
A equipe do SLAC ainda não tem todos os componentes da câmera, como suas lentes, então ela usou um pinhole para projetar imagens na matriz CCD.
O objeto fotografado foi escolhido deliberadamente por sua estrutura de superfície muito elaborada. Uma tonelada de detalhes para escolher.
Quão boas são as fotos? Se você quiser exibi-las em tamanho real em resolução total, precisará de 378 telas de TV de ultra-alta definição 4K.
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“Se quisermos completar este levantamento do céu, vamos precisar de um grande telescópio e uma grande câmera”, explicou o diretor do observatório, Steve Kahn.
“Esta câmera de três bilhões de pixels irá cobrir cerca de 10 graus quadrados do céu; e, para dar uma ideia disso, é cerca de 40 vezes o tamanho de uma lua cheia. E vamos tirar fotos do céu a cada 15 segundos”, disse à BBC News.
“Obteremos imagens muito profundas de todo o céu. Mas, quase mais importante, obteremos uma sequência de tempo. Veremos quais estrelas mudaram de brilho e tudo que se moveu pelo céu, como asteroides e cometas.”
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Vera Rubin é um projeto principalmente americano, mas com uma forte dimensão internacional.
Espera-se que cientistas do Reino Unido desempenhem um papel importante na análise de dados, já que têm bastante experiência em pesquisa astronômica com análise de mapas.
O observatório tem aparecido no noticiário recentemente por causa de sua vulnerabilidade potencial às megaconstelações de satélites que estão sendo lançados agora.
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Um grande número de espaçonaves de telecomunicações de órbita baixa cruzando o campo de visão da câmera podem arruinar suas imagens.
A maior das novas mega constelações, atualmente, é a que está sendo erguida pelo empresário Elon Musk e sua empresa SpaceX.
Kahn disse que o Observatório Vera Rubin estava em contato com Musk e que os engenheiros estavam trabalhando em soluções para limitar a interferência.
No entanto, o diretor do observatório disse que agora é necessário um maior engajamento da empresa OneWeb, de propriedade britânica e indiana.
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Os satélites dessa rede podem eventualmente representar um problema maior do que a SpaceX porque as espaçonaves estão mais altas no céu e permanecerão no campo de visão de Vera Rubin por muito mais tempo.
Como há astrônomos britânicos envolvidos no projeto, com o papel principalmente de analisar os dados que serão coletados, eles podem negociar com a OneWeb para que ela coopere, disse o professor Khan à BBC News.
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“Esses problemas não são completamente insolúveis, mas você precisa de uma cooperação razoável.”
Espera-se que a câmera do observatório comece a capturar imagens do céu no fim de 2022.
Fonte: BBC