Uma coalizão formada por 230 representantes do agronegócio, de entidades não-governamentais (ONGs) e outros setores apresentou nesta terça-feira (15) ao presidente Jair Bolsonaro e demais autoridades federais um pacote de seis ações a serem adotadas para buscar a redução rápida e permanente do desmatamento no Brasil, especialmente na área na Amazônia Legal.
O documento com as ações encaminhado a Bolsonaro, obtido pela “Reuters”, sugere que a redução do desmatamento no curto prazo – “em alguns meses” é de fundamental importância para o país.
“Não somente pelo avanço das perdas socioambientais envolvidas, mas também pela ameaça que a destruição florestal na região impõe às questões econômicas nacionais. Há uma clara e crescente preocupação de diversos setores da sociedade nacional e internacional com o avanço do desmatamento”, disse.
Diante da “gravidade da situação atual”, foi formada a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que congrega, por exemplo, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), dois dos maiores frigoríficos de carne bovina do país, a JBS e Marfrig, a WWF Brasil e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Dentre as seis ações contra o desmatamento, foram sugeridas:
- retomada e intensificação da fiscalização, com rápida e exemplar responsabilização pelos ilícitos ambientais identificados;
- suspensão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) que incide sobre florestas públicas e responsabilização por eventuais desmatamentos ilegais;
- destinação de 10 milhões de hectares à proteção e uso sustentável;
- concessão de financiamentos sob critérios socioambientais;
- total transparência e eficiência às autorizações de supressão da vegetação;
- suspensão de todos os processos de regularização de imóveis com desmatamento após julho de 2008.
No documento, o grupo ainda destacou mobilizações inéditas de investidores e empresários anunciadas nas últimas semanas. O vice-presidente Hamilton Mourão e dirigentes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal também foram incitados a agir para acabar com o desmatamento da Amazônia.
Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) não respondeu a pedido do comentário da “Reuters” sobre o documento.
Fonte: G1