Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (5), aponta que o Cerrado tem 1.061 espécies de plantas e animais ameaçados de extinção. Esse é o segundo maior número entre os biomas, só atrás da Mata Atlântica.
Das 3.299 espécies ameaçadas de extinção no Brasil, 19,7% estão no Cerrado, que é o segundo maior bioma do país. A Mata Atlântica abriga 25% das espécies em risco.
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A pesquisa é baseada nas listas oficiais do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de espécies em risco, organizadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ). Os dados são dos mais recentes estudos dos órgãos, coletados em 2014.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Leonardo Bergamini, os números são dinâmicos e podem ter tido alterações desde 2014. “Apesar disso, servem de alerta”, afirma.
Das espécies em risco no Cerrado, 308 são da fauna (animais) e 753 são da flora (plantas) – 88% são terrestres. “O Cerrado é um bioma muito importante. Está no centro do país, tem três grandes bacias hidrográficas que ligam outras regiões e possui uma fauna e uma flora própria”, diz Bergamini.
Perda de cobertura
Leonardo Bergamini destaca ainda que o Cerrado perdeu 50% da cobertura nas últimas décadas em um processo intensificado, principalmente, após a construção da capital federal.
Outra pesquisa realizada pelo IBGE, que analisou a redução da vegetação entre 2000 e 2018, apontou que os biomas brasileiros perderam cerca de 500 mil km² de sua cobertura natural no período. Ela passou de 5,9 milhões de km² para 5,4 milhões de km².
De acordo com o levantamento, o Cerrado perdeu 152,7 mil km² de cobertura natural, a segunda maior perda no país. Em primeiro aparece a Amazônia – o maior bioma do Brasil, que encolheu 269,8 mil km². Somadas, as duas áreas representam 86,2% do total perdido em todo o país, em oito anos.
O lobo-guará é uma das espécies em ameaça de extinção. O animal é visto com frequência em áreas urbanas de Brasília.
De acordo com ambientalistas, de temperamento solitário, os lobos necessitam de espaço amplo para sobreviver. A busca constante por novos territórios no Cerrado faz com que o animal saia da área protegida e apareça na cidade.
Outros biomas
A pesquisa aponta ainda que a Caatinga, teve 366 espécies ameaçadas. Já o Pampa, tem 194 espécies em risco.
Em último no ranking estão o Pantanal e a Amazônia. Os dois têm as maiores proporções de espécies na categoria “menos preocupante” (88,7% e 84,3%, respectivamente).
De acordo com a pesquisa, os animais e plantas do Pantanal e da Amazônia não aparecem em situação de vulnerabilidade, no levantamento. Os biomas também tiveram o menor percentual de espécies consideradas ameaçadas: 3,8% e 4,7%, nesta ordem.
Em números absolutos, havia 54 espécies ameaçadas no Pantanal e 278 na Amazônia durante o apontamento dos dados.
Fonte: G1