Em uma pandemia causada por um vírus, os antibióticos — medicamentos que têm como alvo bactérias e fungos — foram amplamente usados no tratamento da covid-19, em alguns casos sem necessidade.
Com isso, pesquisadores e instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) acreditam que o problema da resistência microbiana, em que germes se mostram cada vez mais fortes e hábeis em driblar os antibióticos, ficará ainda pior.
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Já antes da pandemia, a OMS estimava que a resistência microbiana poderia estar ligada a 10 milhões de mortes anuais até 2050.
Neste vídeo, a repórter da BBC News Brasil Mariana Alvim explica por que remédios normalmente usados contra bactérias e fungos foram usados na luta contra um vírus e quais serão as possíveis consequências disto no tratamento de doenças no futuro.
Enquanto muitos antibióticos foram usados para evitar coinfecções — independentemente se elas existiam de fato ou não —, houve um antibiótico específico muito usado na pandemia e que teria uma outra função, a de fortalecer o sistema imunológico no combate ao coronavírus.
A azitromicina foi o segundo medicamento mais receitado no tratamento da covid-19 por médicos de todo o mundo que participaram de um levantamento da Sermo, uma plataforma mundial usada por estes profissionais. O antibiótico foi prescrito por 41% dos 6,2 mil entrevistados contra o novo coronavírus, atrás apenas dos analgésicos.
E a resistência à azitromicina pode afetar o tratamento de doenças como otite e gonorreia.
Fonte: BBC