A sonda Solar Orbiter, lançada pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA), vem estudando o Sol desde o ano passado. Nisso, enquanto viajava com destino a Vênus em novembro de 2020 para sobrevoá-lo no mês seguinte, a câmera Heliospheric Imager (SoloHI) a bordo da sonda realizou uma filmagem que pôde capturar Vênus, a Terra e Marte em um só vídeo, enquanto muitas estrelas aparecem ao fundo.
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O vídeo foi publicado pela ESA e mostra os planetas com um leve movimento no campo de visão do instrumento. Vênus, que estava a uma distância de 48 milhões de quilômetros da Solar Orbiter, é o objeto mais brilhante que vemos; já nosso planeta encontrava-se a 251 milhões de quilômetros de distância, enquanto Marte estava a mais de 300 milhões de quilômetros — o Sol estava mais para o lado direito da filmagem, mas acabou fora do enquadramento.
Confira o registro incrível:
A gravação foi feita conforme a Solar Orbiter seguia a caminho de Vênus para realizar seu primeiro sobrevoo de nosso vizinho e aproveitar para observá-lo de pertinho: apesar de o objetivo dela ser os estudos do Sol, a sonda irá fazer alguns sobrevoos por Vênus para aproveitar a assistência gravitacional proporcionada pelo planeta e, assim, chegará mais perto do Sol, fazendo ajustes de órbita para conseguir observar nossa estrela de diferentes perspectivas.
Lançada em 2020, a Solar Orbiter é o laboratório científico mais complexo já construído para estudar nossa estrela. A fase inicial da missão deverá ocorrer pelo menos até novembro de 2021, e vem desde o início coletando dados constantemente com seus instrumentos que obtêm medidas das condições do ambiente ao redor da nave. A Solar Orbiter tem seis instrumentos remotos a bordo, e um deles é a câmera SoloHI, que vem observando o vento solar ao capturar a luz dos elétrons. Durante a etapa atual da missão, os instrumentos são calibrados periodicamente.
Chamamos de “vento solar” o fluxo de partículas carregadas que são liberadas constantemente no espaço pela coroa solar. Estudá-las é importante porque, quando ocorrem ejeções de massa coronal, partículas são emitidas a enormes velocidades. O problema é que as “rajadas” dessas partículas podem prejudicar satélites em órbita, tecnologias em solo e até astronautas. Assim, entender os mecanismos que causam o vento solar e a aceleração das partículas dele podem nos ajudar a prever melhor a ocorrência delas para que possamos nos preparar melhor e evitar danos às nossas tecnologias em órbita.
Fonte: Canaltech