“Criamos um modelo inteiramente novo de evolução da Terra nos últimos bilhões de anos. Nosso planeta é único na forma como hospeda a vida. Mas isso só é possível porque os processos geológicos fornecem um sistema de suporte de vida planetário.”
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O entusiasmo do geofísico da Universidade de Sidney Dietmar Müller se explica: ele e mais uma equipe internacional de pesquisadores criaram um modelo computacional que resume, em 40 segundos, o movimento das placas tectônicas do último bilhão de anos.
Chamada de tectônica de placas, a teoria trata dos grandes movimentos de porções da litosfera (a camada sólida mais externa da Terra), deslizando sobre a astenosfera (a camada mais interior e viscosa do manto terrestre). O que se sabe hoje é que as placas tectônicas cresceram continuamente no decorrer dos últimos 2,5 bilhões de anos.
A ideia de pedaços de terra se movendo pela superfície do planeta surgiu como resultado da observação de dois fenômenos: a expansão do fundo dos oceanos e a deriva dos continentes (um dia, todas as massas de terra já formaram um só bloco).
Quatro anos de dados
Para modelar o movimento que mudou a face da Terra, o geofísico Andrew Merdith (assim como Müller, integrante do grupo de geociências EarthByte da universidade australiana) recolheu dados coletados e publicados nos últimos quatro anos para produzir o vídeo mostrando as mudanças na superfície do planeta.
“Em uma escala de tempo humana, as coisas se movem em centímetros por ano, mas como podemos ver na animação, os continentes estiveram em todos os cantos do planeta ao longo do tempo. Um lugar como a Antártica, que hoje vemos como um continente árido, gelado e inóspito, na verdade já foi um bom destino de férias, ocupando a região do equador”, disse um dos autores do estudo, o geofísico especializado em geodinâmica Michael Tetley.
Segundo Merdith, o modelo mostra não apenas os aspectos geofísicos como também “vai nos ajudar a entender como o clima do planeta mudou, as correntes oceânicas se alteraram e os nutrientes fluíram das profundezas da Terra para estimular a evolução da vida.”
Fonte: Tecmundo