Para recuperar áreas degradadas, o Viveiro da Floresta, em Rio Branco, vai produzir um milhão de mudas para reflorestar cerca de 580 hectares nas regiões do Alto e Baixo Acre e Vale do Juruá. Parte das mudas começou a ser produzida em 2020 e deve ser retirada para plantio no mês de outubro.
A média de produção de mudas é de 500 mil por ano no viveiro. Mas, por conta da pandemia, a produção caiu para 350 mil em 2020. Há 15 anos, o laboratório criado para ajudar no reflorestamento de áreas degradadas, abastece com diversas espécies de plantas e frutas.
A iniciativa também ocorre em apoio ao Programa de Regularização Ambiental do Acre (PRA). Essa é a primeira vez que o Acre trabalha com os Sistemas Agroflorestais (SAFs) em campo por meio do programa.
A coordenadora do viveiro, Tayna Neri, explicou que estão sendo cultivadas desde o ano passado mudas espécies florestais e frutíferas para o reflorestamento. Levam de 4 a 14 meses, dependendo de cada espécie, para uma muda ficar apta a sair do viveiro e ir para campo, ser plantada na floresta.
“Elas vão sair agora em meados de outubro, no próximo inverno, estão sendo produzidas. Iniciamos o processo de produção ano passado, referente à produção deste ano, que acontece anualmente. O que vai ser atendido esse ano já está sendo produzida em 2020”, destacou.
Famílias beneficiadas
Segundo ela, o próximo plantio deve atender áreas da regional Tarauacá/Envira. As mudas passam por pelo processo de coleta, adubação e irrigação até estarem prontas para o plantio.
Tayna acrescentou que cada espécie foi pensada e estudada, com a parceria de outros profissionais, pelas equipes da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema) para também trazer um retorno para as famílias que participam do programa.
Ao todo, segundo a coordenadora, cada família pode ser beneficiada com a recuperação de um a dois hectares por meio do PRA. Com isso, a expectativa é que 580 famílias possam ser beneficiadas.
“Por isso, foram inseridas espécies para trazer subsistência para essas famílias, como: café, banana, cacau, açaí. Não são apenas espécies florestais, que essa área seja recuperada e também traga um retorno para as famílias”, confirmou.
Clonagem de plantas
Atualmente, o viveiro conta também com uma biofábrica que produz mudas de bananeiras e abacaxi por meio de um processo de clonagem. O laboratório existe desde 2012 e já produziu 170 mil espécies de plantas.
A engenheira agrônoma Simone Maciel explica que é usada a técnica da micropropagação de plantas. É feita a seleção no campo das melhores matrizes e recolhido um pequeno pedaço da planta. Esse pedaço é inserido no meio da cultura. “Onde vai todos os nutrientes necessários parar a planta crescer e gerar novos indivíduos que consideramos como clone da planta que coletamos”, concluiu.
Fonte: G1