Fumaça de queimadas florestais aumenta o risco de contrair COVID-19, diz estudo

Casos de COVID-19 aumentaram 17,7% após longo incêndio florestal ocorrido em Reno, cidade localizada no estado americano de Nevada

Queimadas florestais podem aumentar o risco de contrair COVID-19, diz estudo (Foto: Divulgação: DRI)

Em estudo, a equipe de pesquisa liderada pelo Centro de Medicina Genômica do Instituto de Pesquisa do Deserto (DRI) decidiu examinar se a fumaça dos incêndios florestais que ocorreram em 2020 no oeste dos EUA estava associada a um aumento nas infecções por SARS-CoV-2. A conclusão é que sim, e de forma significativa.

A pesquisa, publicada publicado no Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology, foi realizada pelo DRI em conjunto com o Washoe County Health District (WCHD) e o Renown Health (Renown) e alerta que a fumaça das queimadas pode aumentar muito a suscetibilidade ao SARS-CoV-2.

Ao analisar a relação entre partículas finas da fumaça do incêndio (PM2,5, ou seja, partículas inaláveis de diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) e os dados de taxa de positividade do teste SARS-CoV-2 da Renown Health, uma grande rede de saúde local, os pesquisadores concluíram que a fumaça do incêndio florestal foi responsável por um aumento de 17,7% no número de casos de COVID-19.

Reno viveu uma situação atípica entre os meses de agosto e outubro de 2020. Neste período, a cidade foi exposta à fumaça de incêndios florestais com mais frequência do que muitas outras do seu entorno, como São Francisco, localizada a cerca de 300 km de distância. Estar entre em um vale intermediário, que restringe a dispersão de poluentes, é outro fator que contribui para o impacto da fumaça na saúde da população.

Diante deste cenário, o estudo agora publicado baseia-se em trabalhos anteriores realizados em São Francisco e no condado de Orange, controlando variáveis ​​adicionais, como a prevalência geral do vírus, temperatura do ar e o número de testes administrados, em um local que foi fortemente afetado pela fumaça de um incêndio florestal.

“Acreditamos que nosso estudo fortalece muito as evidências de que a fumaça do incêndio pode aumentar a propagação do SARS-CoV-2”, disse, em comunicado, Gai Elhanan, M.D., co-autor principal do estudo e cientista pesquisador associado de ciência da computação da DRI. O pesquisador ainda destaca que, cientes dessa relação, as autoridades de saúde pública podem atuar para que a população consiga ao menos escapar da fumaça de queimadas florestais.

Fonte: Galileu