Pelo menos quatro hectares da reserva de mata atlântica do Parque Nacional da Tijuca (RJ) foram destruídos por um incêndio que começou na manhã de domingo (3) e foi controlado somente no fim da tarde desta segunda-feira (4). A área é equivalente a quatro campos oficiais de futebol. De acordo com chefe de relações públicas do Corpo de Bombeiros, coronel Roni Alberto de Azevedo, o incêndio foi provocado por um balão.
O fogo atingiu o maciço da Tijuca, um dos pontos mais altos e preservados da floresta. Por isso, os 40 bombeiros envolvidos na operação tiveram dificuldade. Somente com o apoio de um avião canadense comprado em 2002, que pode transportar até 3,1 mil litros de água, foi possível chegar ao foco do incêndio e combatê-lo.
Às 18h30, o coronel informou que o fogo estava “praticamente dominado”, mas ressalvou que o vento forte no local e a mata seca poderiam contribuir para a ocorrência de novos focos. “É uma vegetação valiosa, são árvores muito antigas”, disse. Segundo ele, os bombeiros do quartel do Alto da Boa Vista ficariam de prontidão durante a madrugada para eventual necessidade de ir ao local novamente.
O parque – Declarada Reserva da Biosfera em 1991, a Floresta da Tijuca é considerada a maior área de mata em meio urbano do mundo, segundo o Ministério do Meio Ambiente. O Parque Nacional da Tijuca teve sua área ampliada de 3,2 mil hectares para 3,95 mil hectares em junho do ano passado por meio de decreto federal. Criada em 1961, a unidade de conservação teve seus limites corrigidos e passou a incorporar o Parque Lage e as áreas conhecidas como Pretos Forros e Covanca.
O Parque é administrado pelo Ibama – Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro. No local, há símbolos da cidade e do país, como a estátua do Cristo Redentor, a Vista Chinesa e a Capela Mayrink. Abriga remanescentes da mata atlântica, o bioma mais ameaçado do país.
Até meados do Século 17, a área do Parque Nacional da Tijuca permaneceu praticamente intocada. A partir daí, foi ocupada por atividades agrícolas – cana de açúcar no século 17 e café nos séculos 18 e 19. Atualmente, o Parque sofre com a poluição e com expansão urbana descontrolada. No entorno da unidade de conservação vivem 46 comunidades. (Felipe Werneck/ Estadão Online)