O serviço meteorológico japonês prevê a chegada de um hóspede indesejável nas proximidades da cidade de Tóquio, sede principal das Olimpíadas, nesta terça-feira (27): o tufão Nepartak. Com ventos que poderão atingir velocidade máxima de 72 quilômetros por hora, chuvas de até 150 milímetros e mar agitado, o fenômeno está previsto para ocorrer nas regiões de Tohoku e Kanto-Koshin, na costa do Japão. Seu prenúncio levou à antecipação das finais do surfe e ao adiamento das provas de remo e tiro com arco — que deverão acontecer após a passagem da tempestade, no dia 28.
Assim como os furacões, os tufões são classificados como um ciclone tropical. O termo genérico é usado por meteorologistas para descrever sistemas rotativos e organizados de nuvens e tempestades que se originam em águas tropicais ou subtropicais, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
Quando o ciclone tropical atinge 119 km/h ou mais, ele passa a receber uma das três nomenclaturas, dependendo da origem da tempestade. Se ela ocorrer no norte do Oceano Atlântico e no nordeste do Pacífico, será chamada de furacão; se percorrer o noroeste do Oceano Pacífico — a exemplo do Japão —, é conhecida como tufão; e, independente da força do vento, será chamada de tempestade tropical no Pacífico Sul e no Oceano Índico.
Além da localização, cada um desses fenômenos tem a sua “temporada”, isto é, o período no qual as condições metereológicas são mais favoráveis para que aconteçam. No Japão, por exemplo, a temporada de tufões costuma ter início em maio e terminar em outubro.
Como são formados
Um tufão se desenvolve em oceanos tropicais entre 5º e 30º de latitude norte ou sul da Linha do Equador, onde a temperatura do mar é de pelo menos 27ºC, de acordo com o serviço meteorológico do Reino Unido. Ao menos outros dois ingredientes são necessários para a formação do fenômeno: ventos convergentes próximos à superfície do oceano, forçando o ar a subir e formar nuvens de tempestade; e ventos que não variam muito com a altura, o que permite que as nuvens de tempestade subam verticalmente para níveis elevados.
O fenômeno ocorre quando o ar úmido, aquecido pelo mar, sobe rapidamente para camadas mais altas da atmosfera — tal qual um “motor gigante que usa ar quente e úmido como combustível”, como descreve o site da Nasa.
Como esse ar se move para longe da superfície, o movimento acaba levando ao surgimento de uma área de pressão de ar mais baixa na região abaixo dele. Assim que as correntes de ar quente e frio se cruzam, alimentadas pelo calor do oceano e pela evaporação da água na superfície, redemoinhos de vento forte são formados.
“Os ciclones tropicais geralmente enfraquecem quando atingem a terra, porque não são mais “alimentados” pela energia das águas quentes do oceano”, explica a Nasa. “No entanto, eles geralmente se movem para o interior, despejando muitos centímetros de chuva e causando muitos danos antes de ‘morrerem’ completamente”.
No mar, um ciclone tropical pode causar grandes ondas que, na terra, têm chance de inundar áreas extensas, colocando em risco a sobrevivência de pessoas, cidades e veículos. No caso do tufão Nepartak, o serviço meteorológico japonês prevê chuvas de 100 a 150 milímetros até o meio-dia de quarta-feira (28) nas regiões de Tohoku e de Kanto-Koshin, costa leste do Japão. Ainda segundo as estimativas do serviço, a capital Tóquio não será afetada pela tempestade. Mesmo assim, a cidade está sob alerta amarelo para tempestades — considerado o mais baixo na escala do país asiático — e as fortes rajadas de vento, que impediriam a disputa do remo e do arco, motivaram o adiamento das provas.
Fonte: Galileu