Há mais de 10 anos cientistas teorizam sobre o cristal do tempo, um estranho estado da matéria que até então era desconhecido. No entanto, um grupo de pesquisadores parece ter conseguido provar a existência do material usando um computador quântico do Google.
Primeiro, é importante entender o que seriam esses “cristais do tempo”. Na física, os cristais são definidos como uma série de átomos dispostos de forma sequencial e repetitiva, formando padrões iguais. A diferença para outras substância está justamente em sua organização. Na natureza, há cristais de neve, sal e outros. A água por exemplo, ela é simétrica em estado líquido, mas quando é congelada essa simetria é rompida e o líquido se transforma em cristal.
O “cristal do tempo” teria o padrão se repetindo depois de um certo período de tempo e não de uma distância física. Essas partículas poderiam, ao invés de funcionar com uma barreira de espaço, agir usando o tempo.
Cristal do tempo
As aplicações para isso ainda não podem ser totalmente medidas. O uso mais óbvio seria para criar padrões de tempo e relógios muito mais preciso do que os atuais relógios atômicos. Isso poderia permitir até mesmo a criação de aparelhos com movimento perpétuo. A computação também poderia ser completamente revolucionada com o uso desse estado da matéria.
Mas claro, isso tudo na teoria. No entanto, um estudo publicado essa semana pode ter conseguido provar a existência desse material, que até então era tratado com ceticismo por boa parte da comunidade científica. A pesquisa foi conduzida pelas universidades de Princeton e Stanford, além da equipe do Google. Os resultados são preliminares e ainda precisam passar por revisões.
O Sycamore, computador quântico da gigante das buscas, usou seu processador para modificar a interação entre 20 qubits, que são unidades de informação quântica. O resultado dessa mudança na força aplicada entre as moléculas pode ter originado o novo estado. “Implementamos uma família contínua de portas de fase controlada ajustáveis em uma matriz de qubits supercondutores para observar experimentalmente um cristal do tempo ordenado por estado próprio”, diz um trecho da pesquisa.
Os próximos passos envolvem analisar os resultados da pesquisa e confirmar se os cristais realmente tiveram sua existência comprovada. Por enquanto, o estudo é mais uma forma de mostrar o potencial do material do que sua aplicação em si. O uso deve ficar ainda para o futuro.
Fonte: Olhar Digital