Incêndio atingiu 53% do Parque do Juquery, segundo imagens de satélite

Fogo registrado em 22 de agosto destruiu mais da metade da Unidade de Conservação que preserva os fragmentos de Cerrado na região metropolitana de São Paulo

Incêndio destruiu 53% do Parque do Juquery, mostram imagens de satélite (Foto: Divulgação/Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo)

Ao longo de seus 1.928 hectares, o Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha (SP), abriga remanescentes de Cerrado e regiões de mananciais do Sistema Cantareira. Criada em 1993, a Unidade de Conservação de Proteção Integral foi atingida por um grande incêndio no último dia 22 de agosto — e a fuligem chegou a se espalhar por diversas áreas da capital paulista, a cerca de 40 quilômetros. 

Nesta terça-feira (31), o governo de São Paulo divulgou que o fogo consumiu 1.175 hectares, o equivalente a 53% da área total do parque. Os dados comparativos foram obtidos a partir de imagens de satélite de 20 de julho e 24 de agosto, data em que o incêndio foi controlado graças ao trabalho de mais de 300 pessoas entre membros do Corpo de Bombeiros, brigadistas e funcionários.

Além da vegetação, a fauna também foi prejudicada. Pelo menos 25 animais foram resgatados por veterinários voluntários sob responsabilidade do Conselho Regional de Medicina Voluntária (CRMV). Desses, 14 morreram em decorrência dos ferimentos.

O biólogo Gustavo Lopes, da Fundação Florestal de São Paulo, estima que serão necessários anos para compensar a vegetação perdida em apenas três dias. “Para deixar em um estágio de conservação relevante, acredito que em dois anos a gente esteja com isso recuperado”, disse o especialista ao Fantástico. Ele lembrou, ainda, que há consequências do incêndio atreladas ao clima e ao bem-estar humano: o tempo fica mais quente e a umidade relativa do ar diminui.

Por enquanto, o Parque do Juquery permanece fechado, sem previsão de reabertura ao público. Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo informou que o fogo danificou equipamentos de atividades de lazer como bancos, mesas, quiosques e placas informativas, e a Fundação Florestal segue registrando as demais perdas. A Polícia Civil ainda investiga se a causa do incêndio foi a queda de um balão na região.

O governo paulista chama a atenção para o fato de que a maior parte dos incêndios florestais são desencadeados por ações humanas, seja de forma acidental ou intencional. “O descuido humano e a negligência são fatores que aumentam a probabilidade de ocorrências de eventos de fogo sem controle. Em 2020, por exemplo, mais de 90% dos 274 focos tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas”, alerta o comunicado.

Fonte: Galileu