Projeto da Nasa está ajudando na recuperação de desastre do Furacão Ida

Um projeto ambiental da Nasa está ajudando as autoridades da Louisiana, nos EUA, na recuperação após o desastre causado pela passagem do Furacão Ida, em 29 de agosto de 2021. Especificamente, o “Delta-X”, como a agência nomeou o projeto, sobrevoa áreas litorâneas com um radar que identifica pontos de derramamento de óleo.

A participação do Delta-X, na verdade, foi uma coincidência favorável, uma vez que o protótipo já estava marcado para sobrevoar as praias saídas oceânicas do estado norte-americano, quando o furacão de classe 4 fez o landfall, termo usado para determinar o momento de quando uma tempestade sai do mar e entra em terra firme.

Com o Projeto Delta, da Nasa, autoridades americanas estão identificando e tratando de regiões litorâneas afetadas pela passagem do Furacão IDA (Imagem: Nasa/JPL-Caltech/Divulgação)

O Furacão Ida passou de forma contundente pela costa norte-americana. Não somente pela Louisiana, mas toda a área do Golfo do México teve que enfrentar falhas na rede elétrica, inundações de variados graus e o despejo de óleo no mar – fora as mais de 80 mortes.

A Nasa tem estruturas na região voltadas para testes de maquinário físico e armazenamento de suprimentos para outras bases – a agência em si fechou essas estruturas, sem registrar perdas durante a passagem do furacão. Após o evento, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) conseguiu usar o Delta-X para monitoramento ativo das linhas costeiras, marcando com exatidão os pontos problemáticos de despejo de óleo.

Isso porque o óleo, quando se mistura com a água do oceano, tende a deixar a superfície do mar mais lisa, o que resulta em um sinal muito específico que o radar do projeto da Nasa consegue capturar. Usando essa tecnologia no rastro do Furacão Ida, a NOAA conseguiu identificar as manchas (os pontos verdes na imagem acima), enviando-as às autoridades de recuperação.

O Delta-X tem por missão monitorar duas bacias hidrográficas – Atchafalaya e Terrebone. A ideia é usar todo o sistema viário (barcos, carros e aviões/drones) para analisar de forma quantitativa a sedimentação natural, bem como o crescimento de vegetação nas regiões. A ideia é monitorar as regiões e medir a velocidade com que os recursos naturais se perdem.

O radar está acoplado a um avião Gulfstream-III e é financiado pelo programa EVS-3 (sigla para “Aventura Suborbital da Terra”), gerenciada pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa. A expectativa é a de que o projeto dure até o final de 2023.

Fonte: Olhar Digital