Ao menos 34 pessoas morreram em meio à nevasca e temperaturas perigosamente baixas. Tempestade atingiu 60% do país e deixou milhares sem energia. Especialmente afetada, Buffalo foi descrita como “zona de guerra”.
Uma forte tempestade de inverno que atingiu cerca de 60% dos Estados Unidos, além do Canadá, matou pelo menos 34 pessoas até domingo (25/12), em meio à neve pesada, chuva congelada e temperaturas perigosamente baixas.
O alcance da tempestade – quase sem precedentes e que forçou moradores a buscarem abrigos de calor para sobreviver – se estendeu dos Grandes Lagos, perto do Canadá, até o Rio Grande, ao longo da fronteira com o México.
Autoridades afirmam que a tempestade pode causar ainda mais vítimas, após se mover ainda mais para o leste no domingo. Nesta segunda, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA disse que o fenômeno climático não deve se dissipar tão rápido.
“Grande parte do leste dos Estados Unidos permanecerá congelada até segunda-feira, antes que uma tendência de moderação se instale na terça”, disse o órgão em comunicado.
Caos em Buffalo
A tempestade de inverno atingiu com força a cidade de Buffalo, no estado de Nova York, no domingo de Natal, causando quedas de energia e prendendo moradores dentro de seus carros. A nevasca devastou a cidade, elevando o acúmulo total de neve para quase 2,4 metros.
O chefe do executivo do condado de Erie, Mark Poloncarz, afirmou no Twitter que pelo menos dez pessoas morreram no condado, do qual Buffalo faz parte. Segundo ele, alguns dos mortos foram encontrados em carros, enquanto outros corpos foram achados em meio à neve. Poloncarz teme que o número de vítimas aumente ainda mais.
Proibições de dirigir em todo o condado foram implementadas para conter a situação, com a maior parte da área intransitável.
“É [como] ir para uma zona de guerra, os veículos ao longo das estradas são chocantes”, disse a governadora de Nova York, Kathy Hochul, natural de Buffalo.
Em entrevista a repórteres, ela alertou que os moradores da região ainda passam por uma “situação muito perigosa com risco de morte” e pediu que todos permaneçam em casa.
“Esta ficará na história como a tempestade mais devastadora de Buffalo. […] E ainda estamos no meio dela”, declarou a governadora de Nova York.
Milhares sem energia
As quedas de energia persistiram até domingo, apesar de restaurações de eletricidade significativas. O site de rastreamento de energia PowerOutage.US informou que, na noite de domingo, um pouco menos de 100 mil clientes ainda estavam sem eletricidade nos EUA.
É um número significativamente menor do que o pico de 1,7 milhão de clientes que chegaram a ficar sem energia devido à atual tempestade de inverno.
Na noite de domingo, mais de 26 mil residentes do estado de Nova York permaneciam sem eletricidade. No estado do Maine, no nordeste do país, eram 45.800 clientes. Mais ao sul, na Virgínia, mais de 9.700 residentes eram afetados por interrupções.
A tempestade também obrigou o cancelamento de voos nos Estados Unidos, com mais de 1.500 voos cancelados durante o fim de semana de Natal.
Ciclone bomba
O Serviço Nacional de Meteorologia descreveu a tempestade de inverno, que começou na quinta-feira, como um evento “único em uma geração”.
Algumas partes do país registraram temperaturas tão baixas quanto -48 graus Celsius.
Mesmo no estado da Flórida, no sul, o termômetro caiu para abaixo de zero pela primeira vez em quase cinco anos no Aeroporto Internacional de Tampa, e atingiu 6,1 graus Celsius em West Palm Beach.
Os meteorologistas disseram que o frio extremo foi alimentado por um “ciclone bomba”, que acontece quando a pressão atmosférica cai muito rapidamente em uma forte tempestade.
O ciclone se desenvolveu perto dos Grandes Lagos, provocando condições de nevasca, incluindo ventos fortes e neve.
Fonte: Deutsche Welle