Relatório global aponta os países com ar mais (e menos) poluído em 2021

Pesquisa avaliou poluição atmosférica em 117 nações, regiões ou territórios; Brasil ultrapassou de duas a três vezes o limite de material particulado fino (PM2,5)

Nenhum país atingiu a meta de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021 (Foto: Pixabay )

Em 2021, nenhum país cumpriu a meta de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo um relatório global sobre poluição atmosférica realizado pela empresa suíça IQAir.

A pesquisa avaliou em tempo real o ar em 117 países, regiões ou territórios, totalizando 6,4 mil cidades — das quais apenas 222 apresentaram uma qualidade que atende ao padrão da OMS. Essa questão foi mensurada por dezenas de milhares de estações de monitoramento em solo, operadas por governos, organizações sem fins lucrativos, instituições de pesquisa, entre outras.

A OMS recomenda que as leituras médias anuais de material particulado fino (PM2,5) não excedam 5 µg/m3 (microgramas por metro cúbico). O país com pior qualidade de ar em 2021, Bangladesh, ultrapassou essa marca em mais de 15 vezes, com uma concentração de 76.9 µg/m3. Em segundo lugar veio o Chade (75,9 µg/m3) e atrás Paquistão (59,4 µg/m3) e Tajiquistão (59,4 µg/m3).

Já o Brasil ocupa a posição de 75º do ranking, com a marca de 13,6 µg/m3. O país se encaixa no grupo dos que ultrapassam de duas a três vezes o limite de poluição do ar. Em comparação, as localidades com melhor qualidade atmosférica foram Nova Caledônia (3,8 µg/m3), Ilhas Virgens Americanas (4,5 µg/m3) e Porto Rico (4,8 µg/m3) — todas essas cumpriram o padrão internacional.

No nosso país, as concentrações de PM2,5 caíram de 14,2 µg/m3 em 2020 para 13,6 µg/m3 em 2021, segundo o relatório. Porém, entre as 33 cidades brasileiras avaliadas, apenas Fortaleza e Piancó (PB) atenderam às diretrizes da OMS. Por aqui, as fontes mais comuns de poluição atmosférica são as indústrias de cimento, petroquímica, siderurgia, mineração, queimadas agrícolas e produção de veículos.

O estudo ressalta ainda a queima de madeira como um desses fatores. “Os recentes desafios econômicos no Brasil levaram a um aumento do número de famílias usando lenha como fonte de energia para cozinhar”, explica o relatório. “Desemprego, aumento de preços e inflação são alguns dos motivos para que a madeira seja hoje a segunda [fonte de] energia mais utilizada fonte no país, precedida pela eletricidade.”

O documento menciona também os incêndios florestais e o desmatamento como ameaças à saúde dos brasileiros. A pesquisa cita que, entre 1º de janeiro e 5 de setembro de 2021, houve mais de 1,4 milhão de km² destruídos por queimadas no Brasil. 

Fonte: Galileu