As árvores de florestas tropicais na costa da Austrália estão morrendo no dobro da taxa anterior de 1980, e o culpado pode ser o aquecimento global. Essa é uma das conclusões de um estudo internacional com a participação da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Universidade James Cook, na Austrália, publicado na Nature nesta quarta-feira (18).
A pesquisa descobriu que as taxas médias de mortalidade de árvores nessas florestas dobraram nas últimas quatro décadas, à medida que o aquecimento global aumenta o poder de secagem da atmosfera. Conforme a atmosfera aquece, ela extrai mais umidade das plantas, resultando no aumento do estresse hídrico das árvores e, finalmente, no aumento do risco de morte.
“Um resultado notável deste estudo é que, não apenas detectamos um aumento na mortalidade, mas esse aumento parece ter começado na década de 1980, indicando que os sistemas naturais da Terra podem estar respondendo às mudanças climáticas por décadas”, afirma David Bauman, ecologista de florestas tropicais do Centro de Pesquisa Smithsonian e da Universidade de Oxford, em comunicado.
As florestas tropicais são grandes depósitos de carbono, atuando como freios moderados na taxa de mudança climática e absorvendo cerca de 12% das emissões de dióxido de carbono causadas pelo homem. Estudos recentes na Amazônia também sugerem que as taxas de mortalidade de árvores tropicais estão aumentando, enfraquecendo esse “sumidouro de carbono” criado pelas florestas.
Os dados analisados pelos cientistas mostraram ainda que a perda de biomassa causada pelo aumento de mortalidade nas últimas décadas não foi compensada pelos ganhos de biomassa decorrentes do crescimento das árvores e do recrutamento de novas árvores. Assim, o aumento da mortalidade também causou uma diminuição no potencial dessas florestas para compensar as emissões de carbono.
Fonte: Galileu