As principais pesquisas sobre mudanças climáticas no mundo vêm de cerca de 30 redes de computadores, cujos softwares combinam os fenômenos físicos, químicos e biológicos que juntos formam o clima do planeta. Uma das instituições envolvidas é o Weizmann Institute of Science, que publicou na Nature Climate Change, na quinta-feira (26), um estudo em colaboração com a Universidade de Princeton e o MIT, sobre a intensificação de tempestades de inverno no futuro.
Tempestade de inverno é um termo que se refere a qualquer tipo de evento meteorológico severo que envolva neve, gelo ou granizo. Até agora, os modelos climáticos projetavam uma intensificação desse fenômeno apenas no final deste século. Nas novas projeções do estudo, no entanto, concluiu-se que a intensificação das tempestados nas últimas décadas alcançou os níveis projetados para ocorrer somente em 2080.
Separadamente, esses eventos não têm muito peso climático. Mas, cumulativamente, essas tempestades têm um impacto significativo, afetando a transferência de calor, umidade e quantidade de movimento na atmosfera, o que consequentemente afeta as várias zonas climáticas da Terra.
Através do estudo, os pesquisadores buscaram entender se essas mudanças nos padrões climáticos foram causadas por fatores externos, como a atividade humana, ou se resultaram de flutuações internas do sistema climático global.
Para isso, foram analisados modelos climáticos que simulavam padrões de intensificação de tempestades sob influência isolada de causas climáticas internas, sem impacto externo. O resultado foi que, nos últimos 20 anos, as tempestades se intensificaram mais rapidamente do que pode ser explicado apenas pelo comportamento climático interno.
“Os modelos estão fazendo um trabalho muito bom na previsão de quase todos os parâmetros”, diz Rei Chemke, do Departamento de Ciências Planetárias do Weizmann, em comunicado. “Descobrimos um parâmetro para o qual a sensibilidade dos modelos precisa ser ajustada. Mudanças na temperatura, precipitação, gelo marinho e padrões de tempestades de verão, por exemplo, estão sendo simuladas com precisão.”
A expectativa é que as descobertas do estudo ajudem pesquisadores climáticos de todo o mundo a atualizar os modelos e criar uma previsão mais precisa dos padrões de clima futuros, além de prover uma melhor compreensão do estado do clima da Terra.
Fonte: Galileu