Após inspeção em usina nuclear, agência internacional sugere a criação de zona de proteção em torno do local, em meio a risco de vazamento de radiação. Relatório aponta “danos extensivos” em algumas estruturas.
A missão da ONU que inspecionou a usina nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, alertou para ameaças à segurança que poderiam resultar em vazamentos de radiação, após relatarem “danos extensivos” em algumas estruturas.
O relatório dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), divulgado nesta terça-feira (06/09), sugere a criação de uma zona de proteção em torno do local, enquanto aumentam os temores de que os confrontos na região possam gerar uma catástrofe nuclear.
A maior usina nuclear da Europa foi tomada por forças russas nos primeiros dias de sua invasão ao país vizinho, e se tornou palco de violentos combates após investidas das tropas locais para tentar retomar o controle da usina.
O relatório não atribui culpa a nenhum dos lados pelos danos à usina, enquanto russos e ucranianos se acusam mutuamente pelos prejuízos, mas alerta que enquanto os combates não cessarem haverá um risco real de um desastre. Apesar do controle russo, a usina é operada por funcionários e técnicos ucranianos.
“Mesmo que os constantes bombardeios não tenham ainda gerado uma emergência nuclear, eles continuam a representar uma ameaça constante à segurança e proteção nuclear, com potencial impacto em funções críticas de segurança, o que pode levar a consequências radiológicas de grande significado.”
AIEA pede fim dos bombardeios
“A AIEA recomenda que os bombardeios no local e no seu entorno sejam interrompidos imediatamente para evitar quaisquer novos danos à usina e às instalações associadas, e pela segurança dos funcionários”, diz o relatório.
“Isso exige a concordância de todas as partes envolvidas no conflito para o estabelecimento de uma zona de proteção e segurança nuclear.” Líderes mundiais também já vinham pedindo a desmilitarização da usina.
Os bombardeios continuaram nas proximidades da usina nesta terça-feira, um dia após o local ter sido desligado da rede elétrica ucraniana e deixado na situação precária de ter de depender de sua própria energia para manter os sistemas de segurança em operação.
Em circunstâncias normais, a usina depende da energia vinda de fora para manter os sistemas de resfriamento que impedem que os reatores superaqueçam. Falhas no resfriamento poderiam levar à fusão dos reatores ou outras possibilidades de vazamentos de radiação.
Fonte: Deutsche Welle