O AgroSaber é uma plataforma criada para debater questões relevantes para a alimentação e saúde com embasamento técnico. Seu principal objetivo é combater a desinformação e fake news sobre a produção dos alimentos e levar à população informação técnica e plural sobre a agricultura. E o primeiro passo dessa missão é discutir, tecnicamente, a relevância dos defensivos agrícolas e seus reais riscos, além de esclarecer o PL 6299/02, projeto de lei que vai garantir mais modernidade, segurança e transparência na aprovação de novos defensivos.
A plataforma é fruto de uma iniciativa conjunta entre a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), a Companhia das Cooperativas Agrícolas do Brasil (CCAB Agro) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
“Um assunto tão relevante para a qualidade da alimentação das pessoas não pode ser transformado em discurso ideológico, nem ser debatido a partir de fake news. Por isso, sentimos necessidade de criar um espaço de conhecimento, onde os defensivos agrícolas possam a ser discutidos de forma técnica e científica”, afirma Alexandre Schenkel, produtor rural, presidente da Associação Mato-grossense do Algodão (AMPA) e vice-presidente da Abrapa e um dos porta-vozes da plataforma.
Campanha multiplataforma
A plataforma de conhecimento AgroSaber terá também forte atuação nas redes sociais e mídias tradicionais. Criada pelas agências Giusti e Nova Estratégia (dos publicitários André Gomes, Nelson Biondi e Rui Rodrigues), a campanha traz o conceito: “AgroSaber: A Pior Praga é a Desinformação”.
Segundo Rui Rodrigues, um dos criadores da campanha que conta com um grande histórico de grandes ações em marketing institucional, essa é uma campanha de marketing de causa e com grande necessidade de ser amplamente divulgada. “O tema é de extrema importância. Hoje, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a qualidade da alimentação. É uma campanha de cunho social e que interessa a toda a população. Esclarecer com responsabilidade é fundamental”, explica.
Para Edson Giusti, jornalista e também um dos criadores do AgroSaber, a campanha terá grande foco nas redes sociais, relações públicas e branded content nos principais veículos do país. “Assuntos que preocupam a população possuem maior busca nos veículos tradicionais e são automaticamente compartilhados nas redes sociais. Há muita desinformação sobre essa questão. Os grandes jornais e portais são uma referência contra fake news“, pontua.
O tema teve grande destaque durante a primeira votação no Congresso no ano passado. De acordo com Letícia Pedralli, responsável pela campanha digital pela Nova Estratégia, perfis falsos divulgaram conteúdos fakes deturpando a discussão e causando medo sobre o assunto. “Veneno e morte foram palavras muito disseminadas. Falsos especialistas promoviam verdadeiro terror entre as pessoas. Agora, nossa campanha vai trabalhar com conteúdos e vídeos assinados por especialistas. Vamos também trabalhar com influenciadores e disponibilizar nossos materiais para que sejam compartilhados de maneira espontânea. Ninguém gosta de compartilhar informações falsas. Quando se tem conteúdo verdadeiro, a possiblidade de compartilhamento aumenta”, esclarece.
Um dos conteúdos que certamente terá grande compartilhamento nas redes é a série de posts “Verdades e Mentiras” sobre os agrotóxicos. Segundo Schenkel, a rede social está repleta de fake news e será preciso muito esforço na comunicação para combater a desinformação. “Viralizou a informação que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo. Não é verdade. O Brasil está em 13° se levado em consideração a quantidade da produção. E, mesmo assim, isso não significa que há insegurança com nossos alimentos. O AgroSaber vai ajudar a opinião pública e os próprios deputados a ter informação técnica e segura”, diz.
Nessa primeira fase, a campanha contará com um filme para internet, que visa estimular as pessoas a buscarem mais informações no site. Na sequência, o filme será veiculado em TV. “Não podíamos trabalhar só a parte racional”, explica Alexandre Schenkel. “O tema é muito técnico e as entidades necessitavam torná-lo mais didático e de fácil acesso. A população precisa ser informada. O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Temos uma enorme responsabilidade com a imagem do nosso país no exterior. Temos uma agricultura com as práticas mais modernas de produção. Não podemos usar produtos de 10 anos atrás e ter nossa imagem arranhada. Precisamos usar os mesmos que são usados nos EUA e na Europa”, finaliza Schenkel.