Realizado em Natal (RN) nos dias 10 e 11 passados, o I Seminário Brasileiro sobre Seqüestro de Carbono e Mudanças Climáticas reuniu cerca de 400 pessoas, de todos os estados brasileiros, representantes dos poderes públicos federal, estaduais e municipais; da iniciativa privada; da academia e do terceiro setor.
O evento foi uma realização da Ecowood Assessoria Ambiental e do Instituto Ecoplan, com apoio de AmbienteBrasil, e disseminou informações sobre as tecnologias hoje existentes visando a captura e armazenamento de carbono e sobre o panorama mundial e nacional atual relativo às mudanças climáticas, além de abordar perspectivas e oportunidades para geração de conhecimento, pesquisa e desenvolvimento de projetos no âmbito do Protocolo de Kyoto.
“Os participantes elogiaram a qualidade técnica de todas as apresentações, principalmente as focadas nos impactos das mudanças climáticas e nas novas tecnologias para seqüestro de carbono, a exemplo do armazenamento geológico”, contabiliza Marco Aurélio Ziliotto, diretor do Instituto Ecoplan, OSCIP sediada no Paraná.
Segundo ele, na apresentação que versou sobre os mitos e verdades a respeito do armazenamento geológico de carbono, ficou evidente que esta tecnologia deve ser urgentemente adotada, em função de sua contribuição imediata para evitar que uma grande parte do CO2 emitido hoje vá para a atmosfera.
“A previsão é de que, com o uso desta tecnologia, possa-se alcançar 45% do total das emissões de CO2 a serem lançadas na atmosfera”, diz Ziliotto, revelando-se impressionado com esta perspectiva.
Outra palestra que despertou significativo interesse foi a do capitão da Defesa Civil de Santa Catarina Carlos Alberto de Araújo Gomes, que discorreu sobre “As evidências das mudanças climáticas nos últimos 20 anos em SC” e alertou sobre a questão da “segurança climática”, assunto cuja repercussão deve se ampliar num futuro breve, inclusive na esfera do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – ONU.
Resumidamente, a segurança climática é a devida preparação para os transtornos que estão por vir, como enchentes e secas extremas e repetitivas em diversos estados do Brasil.
Todos os sete cursos oferecidos no Seminário tiveram as vagas esgotadas. Foram eles: Redução das emissões de gases de efeito estufa por seqüestro geológico de CO2; Mercado de Carbono; Educação para Mudanças Climáticas; Quantificação de Carbono na biomassa; Captura de CO2; Produção de Microalgas para Biocombustíveis; Neutralizações das emissões de Gases de Efeito Estufa: desafios e oportunidades para indivíduos, eventos e empresas.
Plano Estratégico
Por conta deste reconhecimento à qualidade técnica de toda a programação, o Instituto Ecoplan e a Petrobras foram convidados pelo Governo do Rio Grande do Norte a integrar a equipe de formulação do Plano Estratégico Estadual para a Mitigação, Redução dos Impactos e Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas. O pontapé inicial dos estudos foi dado durante o Seminário, o que colocou o Rio Grande do Norte no patamar de estado pioneiro nesta iniciativa.
“O que expressa também o sucesso total do seminário é que muita gente já nos tem perguntado quando e onde teremos outros eventos desta natureza”, diz Marco Ziliotto, antecipando que o Instituto Ecoplan já começou a fazer os primeiros estudos em prol dessas definições.