Danielle Jordan / AmbienteBrasil
A genética pode contribuir com a conservação da Copaíba do Cerrado paulista. Estudos realizados na Estação Ecológica de Assis, EEA, em São Paulo, por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, recomendam a implantação de corredores ecológicos que conectem as áreas remanescentes do Cerrado.
As conclusões foram apresentadas pelo biólogo Roberto Tarazi em sua tese de doutorado “Diversidade genética, estrutura genética espacial, sistema de reprodução e fluxo gênico em uma população de Copaifera langsdorffii”. As pesquisas tiveram início em 2006.
Foi identificado ainda o número ideal de plantas em uma determinada área. Na EEA são cerca de 57 árvores adultas em 10 hectares. “Para que a planta sobreviva por mais cinco gerações sem os efeitos prejudiciais causados pelo cruzamento entre plantas aparentadas, o ideal é uma área mínima de 24 hectares com 137 plantas. Infelizmente são poucos os remanescentes de Cerrado em São Paulo que apresentam essa área mínima, o que torna o risco de extinção mais alarmante”, disse o pesquisador.
O Cerrado correspondia a 14% do território do estado de São Paulo. Algumas partes desta área deram lugar às pastagens, cerca de 78%; a cultura de cana-de-açúcar passou a ocupar 26% e as rodovias, 19%. “A área de Cerrado hoje corresponde a menos de 1% de sua distribuição original e sob formas de fragmentos isolados”, apontou Tarazi.
Para a pesquisa foi utilizado um marcador molecular do tipo microssatélite, conhecido como Simple Sequence Repeats (SSR), que discrimina geneticamente cada planta. Entre outros dados, os cientistas verificaram que a copaíba tem flores hemaforditas, capazes de se autopolinizar.
*Com informações da Agência USP.