Um dos desafios dos produtores que comercializam frutas frescas no Brasil é a presença de moscas-das-frutas.
Uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP/ESALQ, avaliou o controle de Anastrepha fraterculus (Wied.) e Ceratitis capitata (Wied.), que são duas espécies de moscas-das-frutas mais prejudiciais à fruticultrua brasileira. O estudo teve como objetivo garantir a produção sem o uso exagerado de agrotóxicos e sem a presença das moscas.
Hoje o controle é feito, geralmente, por meio de iscas à base de inseticida. “Essas moscas são provenientes de áreas abandonadas ou de áreas com controle fitossanitário deficiente, resultando em aumento de custo de produção e posterior desestímulo ao modelo exportador”, explicou o autor da pesquisa Avaliação do potencial inseticida de Azadirachta indica (Meliaceae) visando ao controle de moscas-das-frutas (Díptera: Tephritidae)”, Marcio Alves da Silva.
O pesquisador sugeriu o uso de uma planta indiana, Azadirachta indica A. Juss., ou nim, que possui compostos inseticidas.
O orientador do trabalho, José Djair Vendramin, do Departamento de Entomologia e Acarologia, enumerou algumas características da planta: “ela não precisa ser destruída para se produzirem os extratos; possui uma multiplicidade de compostos, o que torna mais difícil aos insetos adquirirem resistência; a concentração dos compostos ativos é alta; os compostos são solúveis em água, são fáceis de extrair e com baixo custo; pela sua forma de ação, os compostos são, de modo geral, mais tóxicos às pragas do que os inimigos naturais; os produtos são praticamente inócuos ao ambiente e ao homem; são totalmente biodegradáveis e com baixa persistência no ambiente”.
*Com informações da USP/ESALQ.