Resumo da Semana: 19 a 25 de Abril de 2020

Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.

Acompanhe: coronavírus no Brasil e no mundo

Uma das poucas coisas que não estão em falta na era da covid-19 são comentários sobre a pandemia. Compreensivelmente, o vírus gerou um fluxo ininterrupto de notícias sobre sua disseminação, instruções sobre como evitá-lo e sobreviver, análise de suas causas e tratamento e conjecturas sobre seu impacto nos hábitos de trabalho, saúde mental, economia, geopolítica e muito mais.

Muitos estão na linha de frente para reduzir a curva da transmissão e prover tratamentos mais eficazes, outros analisam mudanças estruturais necessárias na forma como os seres humanos realizam suas atividades, de forma a reduzir a ocorrência de novas pandemias.

No que se diz respeito as áreas naturais, uma linha de pesquisa atuante é na análise de como reduzir o desmatamento e evitar a aproximação dos seres humanos com animais selvagens. Como forma de prevenção, os cientistas acreditam que áreas com faixas de árvores ou projetos de reflorestamento em torno de florestas ricas em biodiversidade podem diminuir drasticamente a probabilidade desta interação, evitando uma possível contaminação.

Na área de pesquisas para testes de identificação do coronavírus, microbiologistas do Instituto Oceanográfico Woods Hole descobriram bactérias que vivem no oceano que destacam um papel fundamental para combater à COVID-19 – por auxiliarem em testes mais rápidos. Estas bactérias foram identificadas anos atrás e também são úteis para diagnosticar a AIDS e a Sars. A pesquisa, publicada no “Journal of Applied & Environmental Microbiology”, continua sendo de interesse na atualidade, pois o oceano é um aliado real contra o vírus. O que reforça que as soluções para os problemas que ameaçam a humanidade podem vir do meio ambiente.

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Dia da Terra faz 50 anos com debate sobre retomada “verde” da economia

Há 50 anos, no dia 22 de abril de 1970, cerca de 100.000 pessoas ocuparam toda a extensão da Quinta Avenida, em Manhattan, Nova York. A cena se repetiu simultaneamente em ruas, praças e universidades de centenas de cidades nos Estados Unidos. Os manifestantes protestavam contra a poluição, o derramamento de petróleo nos oceanos e outras preocupações ambientais da época. Eram tempos de intenso ativismo político por causa da oposição de estudantes à Guerra do Vietnã. A partir disso, teve-se o início do Dia da Terra.

Neste ano, por causa da pandemia do coronavírus, o Dia da Terra foi celebrado com um evento virtual. A Earth Day Network, organização que coordena o movimento, transmitiu ao longo do dia, em seu site (earthday.org), uma série mensagens gravadas e lives com personalidades como o Papa Francisco, o ex-vice-presidente Al Gore, o ator Zac Efron e o ambientalista Denis Heyes, que organizou o primeiro Dia da Terra. O tema central neste ano são as mudanças climáticas.

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Drones e comunicação acústica são usados para salvar espécie amazônica

Encontrada em quase todos os grandes rios tributários da bacia Amazônica, a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) teve um grande declínio populacional no último século, principalmente devido às atividades humanas. A captura da espécie para o consumo ilegal e para o tráfico da carne e dos ovos são fatores que aumentam o grau de ameaça de extinção.

O cuidado parental – no qual os pais esperam o nascimento dos filhotes para migrarem juntos, o que é incomum entre as tartarugas, além da desova e do nascimento em massa em épocas com os rios mais secos, são características que as deixam mais vulneráveis. Mais de 200 mil filhotes podem nascer em uma mesma noite, o que facilita a identificação e a captura dessas tartarugas.

Para diminuir as pressões humanas sobre esta espécie, pesquisadores da Associação da Conservação da Vida Silvestre – ou Wildlife Conservation Society (WSC) no Brasil – estão executando um projeto na Reserva Biológica do Abufari, no Amazonas, com o uso de imagens aéreas, comunicação acústica e dados ambientais. Os cientistas estão buscando informações que ajudem a prever o período de desova e nascimento em massa, melhorando os métodos de proteção e manejo durante o período reprodutivo e, assim, desenvolver estratégias concretas de conservação para a espécie.

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Especialista alerta que preservação das florestas requer manejo sustentável

Chiribiquete National Park, Colombia.

O manejo sustentável das florestas envolve a implementação de um sistema ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente responsável. Isso é essencial para preservar as florestas da Amazônia e os bens e serviços que ela proporciona, bem como para aumentar o bem‑estar social e econômico das pessoas que vivem na região.

O manejo florestal comunitário tratado neste artigo, é uma atividade que apoia as comunidades por meio de vários regimes de cogestão e de base comunitária para usar, manejar e conservar as florestas. Essa abordagem não gera apenas benefícios ambientais, como a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas, mas também melhora a governança comunitária e a coesão social.

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Jardineiras da floresta: ameaça às antas põe em risco a biodiversidade de ecossistemas brasileiros

As mudanças climáticas devem afetar as populações da anta brasileira, sobretudo pela alteração das estações de seca e chuva nos biomas que os animais habitam.
FOTO DE STEVE WINTER/NATIONAL GEOGRAPHIC CREATIVE.

Maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta brasileira (Tapirus terrestris) é chamada pela engenheira florestal Patrícia Medici de “jardineira da floresta”, já que o animal é um importante dispersor de sementes nos ecossistemas em que habitam. Exploradora da National Geographic, Medici nutria interesse especial por animais de grande porte. Quando constatou que a anta era pouco estudada, ainda em 1996, resolveu se dedicar à espécie. Nos últimos 24 anos, ela criou o maior banco de dados do mundo sobre esses animais: a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB).

As principais ameaças diferem com base nos biomas onde as antas estão, mas, de maneira geral, estão atreladas ao desmatamento e fragmentação florestal para a agricultura em larga escala, atropelamentos em rodovias e contaminação por agrotóxicos, caça, fogo.

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Como desenvolver a economia na Amazônia sem desmatar

Quem defende o desmatamento de áreas na Amazônia costuma dizer que ele é necessário para levar progresso à região e desenvolvê-la economicamente. Sob esse lógica, manter a floresta reduz a possibilidade de um país carente como o Brasil gerar riqueza. O conflito entre preservar a floresta e desenvolver a região, porém, é uma ideia errada e fora de lugar, afirma Ricardo Abramovay, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP). Ele lançou em outubro o livro Amazônia: por uma economia do conhecimento da natureza, em que analisa e propõe formas de conservar a mata e gerar crescimento econômico ao mesmo tempo.

A verdadeira alternativa é a economia da floresta em pé, em substituição à economia da destruição da natureza que predomina hoje. Essa economia do conhecimento da natureza é composta de elementos que já existem de maneira precária ou que ainda não existem, mas são potenciais.

Os que existem de maneira precária e precisam ser desenvolvidos referem-se às cadeias de valor baseadas em produtos da floresta em pé. O açaí é o exemplo mais emblemático, o rendimento de um hectare de açaí é muito superior ao de um hectare de soja [R$ 26,8 mil para o açaí e R$ 2,8 mil para a soja por ano em 2015]. Tornando o manejo dos recursos naturais uma atividade sustentável e aliada à preservação da natureza, o desenvolvimento econômico se torna algo igualmente realista aos métodos atualmente utilizados.

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