Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.
Mudanças climáticas e monoculturas favorecem formação de nuvens de gafanhotos
Com um clima cada vez mais quente, as correntes oceânicas e os ventos são alterados, promovendo mudanças significativas nos ciclos ecológicos e favorecendo a intensificação de fenômenos comuns.
Para Allan Pscheidt, coordenador do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário FMU, a devastação é um dos principais motivos para o que está acontecendo. “O desmatamento e a baixa diversidade das plantações e pastagens favorecem o comportamento de espécies destrutivas, como podemos ver no caso dos gafanhotos, que ao migrarem para um novo local, em busca de nutrientes e parceiros sexuais, devoram grandes áreas de plantações e pastagens”. O especialista explica que esse desequilíbrio ambiental causa redução na população de predadores e aumento na população de gafanhotos.
O fenômeno é comum – porém mais intenso que o normal – e recentemente passou a assolar parte de Ásia, do Oriente Médio e Sudeste Asiático, causando falta de alimentos e aumento dos preços, em razão também da pandemia do coronavírus SARS-CoV-2. Com um ciclo reprodutivo rápido, em poucos dias, nuvens secundárias surgem somando aos danos causados para a natureza pela espécie Schistocerca gregaria (gafanhoto-do-deserto).
Campanha desafia brasileiros a reduzirem o uso de plástico descartável
Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil participa da mobilização mundial para a redução e eliminação da poluição por plásticos. Com o alerta da Organização das Nações Unidas (ONU) de que até 2050 os oceanos terão mais plásticos que peixes, o esforço global pela redução desse tipo de resíduo é mais que urgente.
Neste ano, com o tema “Um por Todos e Todos por Zero”, várias marcas se uniram para criar a Liga Zero Descartável e propor um desafio principal aos brasileiros de Norte a Sul do país. Este ano, devido as medidas de distanciamento social frente a pandemia, foi voltada ao “Plástico Social”, que se resume em propor ao público que junte todo o plástico utilizado durante os 31 dias desse mês. A campanha brasileira é braço do movimento mundial #JulhoSemPlástico, organizado em vários países.
Relatório da ONU aponta lacuna entre expectativa e ação no combate à poluição plástica na Ásia
Uma pesquisa regional com consumidores e empresas do setor de alimentos e bebidas do Sudeste Asiático, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Food Industry Asia (FIA), aponta lacuna significativa entre expectativa e ação no combate à poluição plástica na região. Por exemplo, enquanto 91% dos consumidores afirmam estar preocupados com a poluição plástica, menos da metade está evitando comprar produtos de materiais não reciclados.
A pesquisa entrevistou empresas e consumidores de cinco dos dez países que mais poluem os mares com plásticos no mundo: Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã. Com a pandemia da COVID-19 e o aumento no volume de resíduos descartados, a poluição plástica tem se tornado um desafio cada vez maior.
O estudo, segundo o embaixador sueco da Tailândia, também mostrou que a opinião dos consumidores e empresas são essenciais para os governos agirem de forma eficaz, incentivando o gerenciamento de resíduos domésticos, aprimorando a coleta seletiva, a rotulagem e a reciclagem.
PNUMA e Sony criam realidade virtual para sensibilizar usuários sobre suas pegadas de carbono
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Sony PlayStation se uniram para criar uma experiência imersiva de realidade virtual, que visa sensibilizar os usuários sobre como transformações nos estilos de vida podem ajudar no combate às mudanças climáticas.
A experiência imersiva leva os espectadores a conhecerem suas pegadas de carbono individuais através da plataforma DreamsTM. Por meio de um vídeo, os usuários fazem uma viagem de 5 minutos em um dia comum, mostrando o que eles comem, como se locomovem e as casas em que habitam, e termina com uma gigantesca bola de 34 metros de altura que ilustra a pegada de carbono de uma pessoa comum em um país desenvolvido.
Pandemia deve ser, no fim das contas, prejudicial ao meio ambiente
A percepção popular de que a pandemia da covid-19 trouxe benefícios ambientais — de que a natureza está em recuperação enquanto a humanidade se isola em casa — agrada a muitos que buscam algum lado positivo na tragédia mundial. A realidade, no entanto, pode estar bem distante dessas expectativas.
No início de abril, em decorrência das medidas de bloqueio generalizadas, houve redução de 17% nas emissões de carbono diárias no mundo em comparação com o ano passado. Contudo novos dados divulgados em 11 de junho mostram que as emissões estão apenas em média 5% menores do que no mesmo período de 2019, embora o movimento normal ainda não tenha retornado totalmente.
Além disso, a preocupação principal é que a retomada da economia seja de forma desenfreada e sem as devidas preocupações com os recursos naturais e conservação ambiental. “Não podemos nos dar ao luxo de recriar o mesmo cenário anterior.” alerta Lukas Ross, analista de políticas do grupo de proteção ambiental Amigos da Terra.
A energia que promete impulsionar o futuro do Brasil vem do alto mar
Com cerca de 8 mil quilômetros de costa, o Brasil tem um potencial imenso para uma das tecnologias mais modernas de energia renovável: a eólica offshore, que usa turbinas fixas ou flutuantes instaladas no mar, enquanto na onshore os equipamentos ficam em terra.
O país está entre os destaques de um recente estudo sobre o tema, produzido pelo Programa de Assistência Gerencial ao Setor de Energia (ESMAP, na sigla em inglês) e pela Corporação Financeira Internacional (IFC), braço do Grupo Banco Mundial para o desenvolvimento do setor privado.
De acordo com os dados mais recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a energia eólica corresponde a 7,6% da oferta interna brasileira, com 48.475 GWh produzidos em 2018, equivalente a um aumento de 14,4% em relação ao ano anterior. O desenvolvimento da tecnologia offshore traz inúmeras possibilidades, como a de desenvolver projetos mais próximos da demanda nas grandes cidades costeiras, o que adiaria investimentos em transmissão e evitaria os impactos sociais de projetos onshore.