Uma pesquisa regional com consumidores e empresas do setor de alimentos e bebidas do Sudeste Asiático, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Food Industry Asia (FIA), aponta lacuna significativa entre expectativa e ação no combate à poluição plástica na região. Por exemplo, enquanto 91% dos consumidores afirmam estar preocupados com a poluição plástica, menos da metade está evitando comprar produtos de materiais não reciclados.
A pesquisa entrevistou empresas e consumidores de cinco dos dez países que mais poluem os mares com plásticos no mundo: Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã. Com a pandemia da COVID-19 e o aumento no volume de resíduos descartados, a poluição plástica tem se tornado um desafio cada vez maior.
Uma pesquisa regional com consumidores e empresas do setor de alimentos e bebidas do Sudeste Asiático, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Food Industry Asia (FIA), aponta lacuna significativa entre expectativa e ação no combate à poluição plástica na região.
A pesquisa entrevistou empresas e consumidores de cinco dos dez países que mais poluem os mares com plásticos no mundo: Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã. Com a pandemia da COVID-19 e o aumento no volume de resíduos descartados, a poluição plástica tem se tornado um desafio cada vez maior.
Segundo o diretor regional do PNUMA para a Ásia e o Pacífico, Dechen Tseringa, a poluição plástica está sufocando as águas do Sudeste Asiático. “Precisamos mudar a base de toda a cadeia de valor dos plásticos para termos mares limpos e superarmos a poluição. Governos, empresas e consumidores precisam aumentar sua ambição e aprimorar seus esforços para atingirmos esse objetivo”.
Conheça as principais descobertas do relatório:
– Os consumidores estão preocupados com a poluição plástica, mas relutam em mudar seus hábitos e comportamentos. Enquanto 91% dos consumidores afirmam estar preocupados com a poluição plástica, menos da metade está evitando comprar produtos de materiais não reciclados.
– O interesse dos consumidores pela reciclagem está aumentando. Embora apenas 54% dos consumidores reciclem e transformem os resíduos plásticos em produtos úteis, outros 38% estão interessados em fazê-lo nos próximos 12 a 18 meses.
– As empresas estão cientes de que precisam agir mais para combater a poluição plástica. Enquanto 82% das empresas estão extremamente preocupadas com os resíduos plásticos, menos da metade considera que seus esforços atuais são suficientes para resolver esse problema.
– As empresas precisam de metas mais ambiciosas para combater os resíduos plásticos. 80% das empresas têm metas para enfrentar os resíduos plásticos, mas menos de um terço são expressas externamente. Entre as metas para reduzir a produção de resíduos, 74% são quantitativas e apenas 59% indicam prazos.
– Muitas empresas ainda não estão colaborando com o setor para combaterem a poluição plástica. Menos da metade das empresas (49%) nos cinco países participa de algum grupo de combate à poluição plástica. Esse valor varia de 24% no Vietnã a 76% na Tailândia.
– Tanto os consumidores quanto as empresas esperam por ações dos governos, que, como acreditam, estão cada vez mais preocupados com a poluição plástica. As principais ações governamentais incluem o gerenciamento obrigatório dos resíduos, o aprimoramento dos sistemas de coleta seletiva, a rotulagem apropriada dos produtos durante o processo de reciclagem e a imposição de multas e encargos para qualquer tipo de violação.
As pesquisas foram realizadas entre janeiro e abril de 2020, na Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã, e contaram com 2.000 consumidores e 400 empresas do setor de alimentos e bebidas desses países. Algumas medidas foram tomadas para garantir que a amostragem abrangesse empresas de toda a cadeia de valor, com diferentes estruturas, tamanhos e localizações. Também foram instituídas cotas para garantir a precisa representação demográfica dos consumidores. Uma nova pesquisa será realizada em 2022 para comparação.
“Ficamos entusiasmados de ver que as empresas estão se envolvendo e se unindo para apoiar significativamente as cidades e comunidades no combate à poluição plástica, principalmente ao investir em embalagens inovadoras e melhorar a coleta e reciclagem dos materiais descartados por meio de iniciativas como o Circular Materials Lab e a Packaging Recycling Organisation Viet Nam”, disse o diretor executivo da FIA, Matt Kovac.
“Contudo, como mostram as pesquisas, precisamos que mais empresas colaborem. Precisamos de fundos, políticas e projetos que funcionem simultaneamente com os principais atores dentro da cadeia de valor dos plásticos, para criar uma abordagem multilateral que permita que empresas, consumidores e governos encontrem maneiras de promover a circularidade desses materiais”, afirmou o diretor executivo.
Esta pesquisa e relatório foram realizados pela SEA circular – uma iniciativa do PNUMA e do Órgão Coordenador dos Mares do Leste Asiático (COBSEA), com apoio do Governo da Suécia – e a FIA para inspirar soluções baseadas no mercado e incentivar políticas de habilitação que permitam solucionar a poluição plástica nos mares do Sudeste Asiático. Além disso, a análise foi conduzida pela AlphaBeta.
Para o embaixador sueco da Tailândia, Laos e Mianmar, Staffan Herrström, “este estudo fornece informações valiosas que podem ajudar promover as mudanças necessárias para combater a poluição plástica e o lixo no mar”.
“O estudo também mostra que a opinião dos consumidores e das empresas dão espaço para os governos agirem de forma concreta e eficaz, promovendo o gerenciamento de resíduos domésticos, melhorando a capacidade da coleta seletiva e da reciclagem e aprimorando a rotulagem dos produtos. Isso pode ser alcançado através da combinação de regulamentos e incentivos e eu, particularmente, desejo que os governos aproveitem essa oportunidade”.
Fonte: ONU