Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.
Cidades serão determinantes para a recuperação verde no pós-pandemia
As cidades abrigam 55% da população mundial, condensando muitas pessoas em um mesmo lugar. Não é de se estranhar que sejam mais afetadas pela COVID-19: estima-se que 90% de todos os casos relatados do novo coronavírus tenham ocorrido nas cidades.
No entanto, a concentração de pessoas também torna os centros urbanos essenciais para a recuperação verde no pós-pandemia – importante para reduzir o risco de futuras pandemias e combater as mudanças climáticas.
As cidades são terrenos férteis para novas ideias e lugares onde muitas técnicas inovadoras para reduzir a poluição, o uso de recursos e a perda de biodiversidade estão tomando forma.
Como todos os níveis de governo estarão planejando a recuperação socioeconômica das nações, pacotes de estímulo poderiam apoiar a transição rumo à descarbonização. O investimento urbano pode gerar cidades mais compactas, integradas e de uso misto, que reduzam a distância entre locais de trabalho e de residência, além da revitalização de espaços verdes.
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Por que ‘dar carvão’ às vacas pode ser bom para o meio ambiente
Em uma fazenda perto de Manjimup, no sudoeste da Austrália, as fezes dos animais são ricas em biochar (ou biocarvão), basicamente um carvão vegetal produzido por meio de um processo de cozimento lento, que é adicionado à ração do gado.
Essa substância preta, semelhante ao carvão, está liderando uma revolução silenciosa nesta região da zona rural da Austrália, em um esforço para reduzir as emissões de metano pelo gado – um gás de efeito estufa 25 vezes mais potente que o dióxido de carbono – e para que o solo absorva mais carbono.
Atualmente, há mais de 1,4 bilhão de cabeças de gado no mundo e, juntos, liberam 65% de todos os gases de efeito estufa da agropecuária. Os esforços para reduzir as emissões de metano das vacas vão desde vacinas até alimentá-las com algas. Agora, há um interesse crescente em saber se a adição de outra substância à dieta das vacas pode reduzir as emissões de metano: o biocarvão.
Pantanal vive uma das maiores tragédias ambientais da sua história
As queimadas já devastaram mais de 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa, nos dois últimos meses, no Pantanal, um dos principais ecossistemas brasileiros. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram queimados 815 mil hectares do bioma em Mato Grosso do Sul e 350 mil hectares no território que abrange o Mato Grosso.
Mesmo com os esforços, os incêndios continuam piorando no região que é uma das maiores áreas úmidas do mundo, e fica adjacente ao sul da Amazônia. Na última semana, cerca de 300 militares e civis, além de cinco aeronaves das Forças Armadas, estavam na linha de frente no combate às chamas na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul.
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Metrô de São Paulo poderá ser alimentado com energia renovável
O Metrô de São Paulo autorizou que 14 empresas e consórcios desenvolvam estudos inéditos para a implantação de um sistema de geração de energia limpa e renovável para alimentação das linhas e estações da Companhia. O objetivo é ter fontes mais sustentáveis, reduzindo o valor pago pelo insumo, que atualmente é o segundo maior gasto da empresa.
O projeto deve contemplar a produção de ao menos 120 Megawatts (MW) por mês, dos quais 60 MW serão fornecidos ao Metrô para utilização na tração dos trens e alimentação elétrica das estações das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. O excedente poderá ser vendido no mercado de energia, possibilitando novas receitas ao Metrô e ao parceiro comercial que será selecionado para a execução do projeto.
Os estudos poderão propor outras áreas na cidade de São Paulo, de propriedade do Metrô, como terrenos remanescentes de obras de expansão da rede, para instalação de células fotovoltaicas, ou até mesmo a implantação de unidades geradoras em outras regiões do país.
UFPR reabilita 16 pinguins-de-magalhães e devolve ao meio ambiente
A equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizou a soltura de 16 pinguins na manhã da última quarta-feira (5), no litoral paranaense.
Os animais foram encontrados por membros da comunidade local e pelo grupo de monitoramento e encaminhados ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha (CReD), onde receberam tratamento e se recuperaram para retornar ao meio ambiente.
No inverno, é comum ocorrer encalhes de animais marinhos nas praias e este ano foi marcado pelo maior número de encalhes de pinguins vivos: 49. O primeiro pinguim chegou ao Centro de Reabilitação no dia 16 de junho e, na sequência, outros indivíduos chegaram com diferentes problemas e de formas distintas. “O que havia de comum nas histórias deles é que todos estavam debilitados ou até mesmo machucados por conta de interações com atividades pesqueiras ou pela ingestão de lixo”, conta a bióloga responsável Camila Domit.
Década de 2010 a 2019 foi a mais quente da história, mostra relatório
Um relatório elaborado por cientistas do mundo inteiro e publicado na quarta-feira (12) mostra que a década de 2010 a 2019 foi a mais quente da história do planeta e que o ano passado esteve entre os três mais quentes já registrados desde o século 19.
Os dados são provenientes da 30ª edição do relatório anual “State of the Climate”, que teve a contribuição de 528 autores e editores de 61 países. A série histórica mostra, ano a ano, as consequências das mudanças climáticas.
Os dados seguem a tendência histórica: desde a década de 1980, cada ciclo de dez anos tem sido mais quente que o intervalo correspondente anterior. Entre 2010 e 2019, a média foi 0,2ºC mais quente que a registrada entre 2000 e 2009.
O documento também cita temperaturas recordes alcançadas em alguns países, assim como altas inéditas no nível de derretimento de geleiras, que contribuem para o aumento do nível do mar.
O que aconteceria com a Terra se os humanos desaparecessem
Os humanos sempre moldaram aspectos de seu ambiente, do fogo à agricultura. Mas a influência do Homo sapiens na Terra atingiu tal nível que agora define o tempo geológico atual. Desde a poluição do ar na alta atmosfera até fragmentos de plástico no fundo do oceano, é quase impossível encontrar um lugar em nosso planeta em que a humanidade não tenha tocado de alguma forma.
Em 2010, o eminente virologista australiano Frank Fenner disse que provavelmente iremos desaparecer no próximo século, devido à superpopulação, destruição ambiental e mudanças climáticas.
Existem diversos estudos sobre o tema, mas para evidenciar como a Terra poderia sobreviver sem nós, podemos olhar para as áreas do planeta que fomos forçados a abandonar. Na zona de exclusão de cerca de 30 km ao redor da usina de Chernobyl, na Ucrânia, que foi severamente contaminada após o colapso do reator em 1986, as plantas e os animais prosperam de uma forma que nunca tinha ocorrido antes.
Um estudo de 2015 financiado pelo Natural Environment Research Council encontrou “populações abundantes de vida selvagem” na área, sugerindo que os humanos são uma ameaça muito maior para a flora e a fauna locais do que 30 anos de exposição crônica à radiação.