A Avenida Castro Alves, próxima ao completo da cachoeira está liberada aos moradores de Salto (SP) nesta sexta-feira (11) depois que a via foi tomada pela espuma do Rio Tietê que transbordou na quarta-feira (9) depois de um temporal. Os trabalhos de limpeza da espuma, que se transformou em uma lama preta, devem continuar e está programada a retirada da sujeira das laterais da rua.
O trabalho de limpeza foi intenso durante toda a quinta-feira e foi usada a água de um caminhão pipa que foi retirada do rio Piraí. A lama foi empurrada com vassouras e o lixo – toneladas de garrafas de plástico, embalagens e muito entulho – foi recolhido em carriolas. Uma equipe com 20 pessoas e uma retroescavadeira foram utilizadas para a limpeza.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, João de Conti Neto, a cidade está fazendo um monitoramento em São Paulo, já que a previsão de chuva para a capital, mais forte do que as do começo da semana, pode fazer o rio transbordar novamente. “Isso preocupa porque o Tietê pode subir novamente”, diz.
Curiosos – O local alagado atraiu muitos curiosos para ver as garrafas pet boiando na correnteza entre galhos e muito lixo. Além disso, muitas pessoas aproveitaram para ver o trecho que transbordou e se tornou um ponto turístico da cidade. A moradora Marli dos Santos diz que viu a paisagem incomum pela televisão, mas que de perto é mutio pior. “O cheiro aqui é impressionante e esse lodo é horrível”, comenta a auxiliar de enfermagem.
A recomendação do secretário é que as pessoas evitem o local, já que, segundo ele, a lama está contaminada. “É um resíduo que estava no fundo do rio, proveniente do esgoto e tudo de ruim ficou aqui. A gente pede que as pessoas não se aproximem e não tenham contato com esse material porque nunca se sabe o que tem ali dentro. É melhor evitar.”
O acumulado de chuvas nos primeiros oito dias de setembro atingiu 65% do esperado para todo o mês na região de Sorocaba (SP), de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram registradas desde a última terça-feira (1º) 47,6 milímetros de precipitação, volume que representa mais da metade dos 72,2 mm esperados para setembro.
Fenômeno frequente – De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a formação de espumas, como ocorre frequentemente no Tietê ao longo das cidades de Santana de Parnaíba, Salto e Pirapora do Bom Jesus, é reflexo da poluição despejada no rio.
“Vi a espuma de casa, logo que acordei hoje [quarta] e desci para fazer as fotos”, conta o autônomo Paulo Conti. Segundo ele, a espuma chegou a atingir uma praça próxima ao complexo da cachoeira, um dos principais pontos turísticos da cidade. “O rio está totalmente fechado pela espuma, numa intensidade que não se via há bastante tempo. O cheiro é muito ardido”, afirma. (Fonte: G1)