nuclear

Três técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU, fizeram nesta terça-feira (19), durante seis horas e meia, uma vistoria na fábrica de enriquecimento de urânio em Resende (RJ). O grupo seguiu os critérios técnicos propostos pelo governo brasileiro e viu apenas os pontos de amostragem, as conexões e as tubulações, sem acesso às centrífugas.

As duas unidades nucleares estão seguradas por danos materiais, excluindo quebra de máquinas, até o limite de US$ 500 milhões para cada usina, com limite de franquia de US$ 5 milhões.

Segundo a revista New Scientist, a empresa British Nuclear Fuels (BNFL) decidiu transportar 1,8 mil toneladas de urânio contaminado para serem processadas no Leste Europeu. A viagem ainda depende da aprovação das autoridades para ocorrer.

O laudo pericial confirmou que trata-se de urânio, os 600 kg de minério apreendidos em julho no Estado. Foi identificado também a presença de tório, um outro mineral raro. Esses dois minérios podem ser utilizados em artefatos nucleares.

O protesto, organizado pelo Partido Verde, reuniu cerca de 40 pessoas em frente ao Consulado chinês, em Botafogo, contra a proposta de cooperação nuclear entre Brasil e China.

Os ministros das Relações Exteriores, embaixador Celso Amorim, e da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, deverão participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

“Estamos abertos à cooperação internacional nessa área. Temos o nosso patrimônio tecnológico e industrial já acumulado e vamos continuar a desenvolvê-lo”, disse o ministro da Defesa, José Viegas.

O assunto será retomado em agosto, quando uma missão chinesa virá ao país, porque o Brasil ainda precisa decidir como conduzir seu programa nuclear, afirmou o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos.

A Comissão Externa do Enriquecimento do Urânio da Câmara vai realizar diligências na mineração de urânio em Caitité (BA) e na central de processamento do minério em Resende (RJ). Os deputados vão averiguar o modo de atuação dessas instalações, a situação dos empregados e questões de segurança e meio ambiente.

O Ministério de Minas e Energia criou, através de portaria assinada pela ministra Dilma Roussef, um grupo de trabalho interministerial para analisar o contexto e as implicações técnicas, ambientais, sociais e econômicas relativas ao término da Usina Angra III, no litoral fluminense.