As jornalistas Nidiani Rodrigues, da Tribuna de Alagoas e Fabíola Aguiar, da TV Gazeta, de Maceió, conquistaram, no último final de semana, os primeiros lugares, respectivamente, em jornalismo impresso texto e telejornalismo, do 1º Prêmio Octávio Brandão de Jornalismo Ambiental. O prêmio foi promovido pela ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, seção Alagoas, com apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas e patrocínio da petroquímica Braskem. Na categoria de jornalismo impresso imagem, a comissão julgadora decidiu não conceder premiação, em virtude do pequeno número de trabalhos inscritos.
Apesar de ser considerado um verdadeiro paraíso natural, o Estado de Alagoas carecia de um evento desse porte, explicou o presidente da ABES/AL, Ricardo de Castro Martins Vieira. A solenidade de premiação foi realizada na noite de sábado (29), na casa de eventos Stratégia, em Maceió. Entre os jurados estavam os membros do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS) e da Ecoagência, Juarez Tosi e Carlos Scomazzon. Também integraram o júri, a jornalista alagoana Silvana Valença, a professora do curso de Saneamento da Universidade Federal de Alagoas e doutora pela Universidade de São Carlos (SP), Nélia Callado, além do jornalista e secretário de Estado do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Naturais de Alagoas, Anivaldo Miranda.
Durante a solenidade de entrega dos prêmios, foi realizada uma homenagem à filha do Octávio Brandão, Dionysa, que interpretou aos presentes trechos do livro escrito por seu pai no início do século passado. O nome de Octávio Brandão foi escolhido para homenagear o prêmio, por ter sido o pioneiro do jornalismo ambiental no Estado. Em 1917, aos 21 anos de idade, ele navegou nas várias lagoas existentes em seu Estado, preocupado com a preservação do ecossistema.
O resultado dessas missões foi a publicação do livro “Canais e Lagoas”, onde já alertava às autoridades para os riscos que poderiam vir com a destruição do ecossistema. Em 1927, Octávio Brandão elegeu-se deputado federal pelo PCB. Com a perseguição política, acabou exilado e tendo que viver na Alemanha e União Soviética. Ele só reapareceu publicamente em 1979, um ano antes de morrer, aos 84 anos.
O prêmio não se esgotará em sua primeira edição, garantiu o diretor industrial da empresa patrocinadora Braskem, Manoel Carnaúba Cortez. Segundo ele, já está garantida a reedição do evento para 2005, possivelmente com a ampliação na premiação. O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas, Antonio Pereira Filho, destacou que a realização do prêmio valoriza ainda mais a atividade profissional da categoria e sua vinculação com a causa ambiental. (Juarez Tosi / Ecoagência de Notícias)