A Califórnia quer lançar um programa revolucionário para medir o grau de poluição nas pessoas e averiguar até que ponto produtos químicos tóxicos como o mercúrio e o chumbo estão presentes no corpo. Vários grupos de saúde pública, sindicais e de defesa do meio ambiente querem transformar a Califórnia no primeiro estado dos EUA com um plano oficial de “biomonitoramento” para testar o grau de contaminação nas pessoas.
Se for adiante, a iniciativa analisará o sangue, a urina, o leite materno e vários tecidos de pessoas consideradas de grupos mais vulneráveis, com o propósito de detectar a presença de 57 produtos nocivos.
A medida, trabalho da senadora estadual democrata Deborah Ortiz, tenta esclarecer algumas questões: não está claro se inúmeras doenças – desde a asma até o câncer – devem-se ao consumo de determinados alimentos, à exposição a toxinas, aos genes ou a uma combinação de todos estes fatores. Também não se sabe com certeza quais são os limites de tolerância do corpo humano aos produtos químicos.
Os autores da medida, aprovada recentemente pelo Senado da Califórnia, destacam que, sem informação científica mais confiável, legisladores e políticos não podem tomar as decisões corretas de saúde pública. O financiamento do programa, que viria de impostos que seriam pagos pelas companhias que fabricam ou despejam estes produtos, tornou-se a questão mais complicada. O programa poderia recolher até US$ 12 milhões anualmente em impostos. A Assembléia da Califórnia decidirá sobre a medida em meados deste ano.(EFE)