Cerca de 17 mil metros cúbicos de madeira extraídos ilegalmente foram apreendidos pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis na Reserva Biológica do Jaru, na divisa de Rondônia (RO) com o Mato Grosso (MT). Foi a maior apreensão já feita no Estado e uma das maiores da Amazônia, segundo o diretor de Programas de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel. Embora já tenham ocorrido casos anteriores de extração de madeira em reservas ambientais, é a primeira vez que uma operação desse porte é detectada, disse Montiel.
Numa fazenda ao lado da reserva foi montada uma serraria com equipamentos avaliados entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões. De acordo com técnicos do Ibama, que identificaram o desmatamento com base em fotos de satélite, a área prejudicada pode passar de 6 mil hectares. Para extrair as toras, os madeireiros abriram quase 100 quilômetros de estradas de terra na reserva, que tem 293 mil hectares e foi criada em 1979.
O Ibama aplicou multas de R$ 5,5 milhões aos infratores, todos ligados a madeireiras da região. Foram apreendidos, ainda, esteiras, tratores, automóveis, motosserras e espingardas.
O Ibama solicitou reforço da Polícia Federal para proteger os fiscais que trabalham na área, pois, segundo Montiel, eles estão sendo ameçados por motoqueiros armados e encapuzados. Além das ameaças, os madeireiros danificaram pontes e estradas para tentar impedir a retirada do material apreendido na reserva, localizada a 250 quilômetros da cidade de Ji-Paraná (RO).
Os técnicos do Ibama acreditam que a ação dos madeireiros na reserva é recente, pois em 2003 as imagens dos satélites não registravam desmatamento na área. Para chegar aos madeireiros, foram usadas informações do Sivam – Sistema de Vigilância da Amazônia. A ação na Reserva do Jaru faz parte da primeira fase de uma operação de combate a invasões das unidades de conservação ambiental da região. (Estadão Online)