A criação de porcos e galinhas aumenta o risco de transmissão de Leishmaniose, doença causada pelo protozoário Leishmania e transmitida por um inseto conhecido como Mosquito-palha.
Esta foi a conclusão de uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizada durante três anos, com um grupo de crianças e cães em uma região endêmica, no interior da Bahia.
O estudo revela que o risco de contrair Leishmaniose visceral é de duas a quatro vezes maior entre crianças que vivem em casas com criações desses animais.
De acordo com a pesquisa, apesar de apenas o cão ser reconhecido como animal doméstico hospedeiro do inseto, a criação de porcos e galinhas favorece o aumento do número do Mosquito-palha, o Flebótomo, que é o vetor do protozoário. Segundo o estudo, com a proliferação do Mosquito-palha, cresce a possibilidade de um desses insetos virem a picar um cão infectado e transmitir a doença ao picar outros animais ou o homem.
“A presença de porcos e galinhas possibilita um aumento do número dos flebótomos porque o sangue deles funciona como fonte de alimento para esses insetos e além disso a matéria orgânica de chiqueiros e galinheiros é um terreno propício para que os flebótomos depositem seus ovos”, explica Edson Duarte, coordenador da pesquisa.
Ele disse que o estudo servirá para a orientação de programas de prevenção à doença. “Ao identificar as casas com criadores de animais como locais de maior risco, podemos passar a estender e concentrar a borrifação de Deltametrina nestes ambientes e, além disso, orientar os moradores a manter uma certa distância destes ambientes de suas residências”. (Aline Beckestein / Agência Brasil )