A ilha de Sumatra, onde ocorreu o terremoto que deu início às ondas gigantes que precipitaram a tragédia de mais de 50 mil mortes na Ásia e África, é um dos lugares mais “quentes” para terremotos em toda a Terra. Ela está sobre um dos locais onde diversas placas que compõem a crosta terrestre se sobrepõem.
Pressões colossais vão se acumulando nesses pontos ao longo de décadas, e toda a energia é liberada num único estalo. De acordo com um cientista do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), o tremor de domingo fez a rotação do planeta cambalear um pouco.
“Essas zonas de subdução são onde todos os maiores terremotos do mundo nascem”, diz o geólogo Kerry Sieh, do Caltech. “Domingo foi um dos maiores terremotos na região em 200 anos”. Segundo algumas estimativas, a energia liberada foi igual à da detonação de um milhão de bombas atômicas.
Sieh e outros cientistas dizem que o tremor provavelmente deu um tranco na rotação do planeta. “Isso fez o planeta cambalear um pouco, mas não vai virar a Terra de cabeça para baixo”, disse. Pesquisadores crêem que, sob o oceano, as bordas das placas da crosta podem ter se elevado em até 20 metros, umas em relação às outras.
Sismólogos dizem que o epicentro do tremor de domingo esteve a mais de 8 km abaixo do Oceano Índico, ao largo da costa oeste de Sumatra e a cerca de 200 km ao sul da cidade de Banda Aceh, no extremo norte da ilha. (Agência Estado)