Congresso internacional no Rio debate as fontes de energia alternativa no Brasil

O caminho concreto para o uso de energia proveniente de fontes renováveis em larga escala é um dos temas que serão abordados no Congresso Internacional sobre Clima e Energia (Rio 5), que reúne de 15 a 17 deste mês, no Rio de Janeiro, especialistas dos setores público e privado de vários países.

Segundo um dos coordenadores do evento, o geógrafo Johannes Kissel, o principal objetivo do evento é sinalizar o futuro das energias alternativas no Brasil. O país, apesar de reunir boas condições para seu desenvolvimento, ainda apresenta o potencial nesse campo pouco aproveitado.

Kissel apontou que falta ao Brasil uma legislação específica, a exemplo da Europa, que apóie mais as energias renováveis e estimule os investimentos para exploração nessa área. “Falta uma visão mais ampla, de longo prazo, ou seja, no mínimo de 10 anos, uma vez que o programa de apoio financeiro a investimentos em fontes alternativas de energia elétrica (Proinfa) se estende por apenas dois anos”, disse.

Na opinião do geógrafo, o principal entrave aos investimentos no setor de energia renovável no país são os juros altos, “porque é dificil captar dinheiro tendo juros nesse patamar durante 20 anos, por exemplo, já que os investimentos no setor são de longo prazo.

O especialista salientou também a necessidade de se investir em educação para a aplicação das energias renováveis. Adiantou que na Rio 5 será apresentado o projeto de criação da Universidade Internacional de Energias Renováveis, destinada a formar especialistas, como já ocorre em vários países. Kissel destacou que como se trata de uma área nova, a maioria dos técnicos tem conhecimento sobre as energias fósseis, mas as novas tecnologias são muitas vezes desconhecidas.

Segundo Kissel, a Alemanha é o país mais avançado do mundo em termos de desenvolvimento de energias renováveis. A legislação destinada ao setor entrou em vigor em 2000. Outros países que têm legislação avançada nesse campo são Espanha, Áustria, Dinamarca e, entre as nações emergentes como o Brasil, a Índia. Kissel revelou ainda que também a China começa agora a examinar perspectivas alternativas para o setor energético. (Alana Gandra / Agência Brasil)