O maior rigor do Ibama – Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis na aprovação dos planos de manejo florestal ajudou a evitar o corte de aproximadamente 950 mil árvores na Amazônia. Um levantamento realizado pelo Imazon – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia mostra que o consumo de madeira em tora pela indústria madeireira na região caiu de 28,3 milhões de metros cúbicos, em 1998, para 24,5 milhões de metros cúbicos, em 2004.
Segundo o pesquisador do Imazon, Beto Veríssimo, o cancelamento de centenas de planos de manejo florestal irregulares na Amazônia – em especial no Pará e no Mato Grosso, Estados onde a indústria madeireira se concentra – ajuda a explicar esse dado.
Em 2000, havia 3.000 planos de manejo florestal aprovados pelo Ibama na Amazônia. Em 2004, eram apenas 1.186 planos. O chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama no Amazonas, Virgílio Ferraz, disse que a maior parte dos planos de manejo foi cancelada depois que o Ministério do Meio Ambiente editou a instrução normativa nº 4/2002. “Ela exige maior rigor técnico na apresentação dos dados do inventário florestal e um detalhamento maior na apresentação dos mapas”, afirmou Virgílio.
Exportações crescentes – Outro motivo apontado por Beto Veríssimo para justificar a diminuição do consumo de madeira é a melhoria no rendimento industrial, ligada ao aumento das exportações. O pesquisador disse que a indústria madeireira aumentou em 4% sua eficiência na conversão de madeira em tora e em produtos finais (madeira serrada, laminados, compensados e madeira beneficiada).
“Parece pouco, mas cada 1% de aumento no rendimento significam quase 1 milhão de metros cúbicos de madeira em tora melhor aproveitados”, esclarece Beto. O estudo do Imazon mostra que, em 1998, as madeireiras na Amazônia exportavam apenas 14% de sua produção; em 2004, esse índice subiu para 36%. (Jornal do Commercio/AM)