A camada protetora de ozônio sobre o Ártico diminuiu neste inverno (no Hemisfério Norte) para os níveis mais baixos desde o início dos registros, há 40 anos, alarmando cientistas que acreditavam numa recuperação. A maior perda de ozônio permite que mais raios ultravioleta nocivos alcancem a superfície da Terra, tornando as pessoas mais vulneráveis ao câncer de pele.
Uma pesquisa da Universidade de Cambridge (Inglaterra) mostra que não é o aumento da poluição e sim um efeito colateral da mudança climática que está agravando a perda de ozônio. Em altitudes elevadas, 50% da camada protetora foram destruídos.
A pesquisa frustrou esperanças de que a camada de ozônio estivesse se recuperando. Depois de 1999-2000, quando a diminuição foi quase tão grave quanto a atual, cientistas passaram a acreditar que uma melhora estava ocorrendo, com a redução da poluição. Mas agora acreditam que podem ser necessários mais 50 anos para a solução do problema.
A aparente causa do aumento da perda de ozônio é o número crescente de nuvens estratosféricas no inverno, a 24 km da superfície da Terra. Essas nuvens, no meio da camada de ozônio, fornecem uma plataforma que facilita a ocorrência de reações químicas rápidas que destroem o gás.
Nesta temporada, o número de nuvens e seu tempo de permanência foram os maiores já registrados. Cientistas da Universidade de Cambridge disseram que, no fim de março, quando a perda de ozônio estava no ápice, massas de ar do Ártico flutuaram sobre a Grã-Bretanha e o resto da Europa até o norte da Itália, aumentando significativamente as doses de radiação ultravioleta e os riscos de queimadura solar. (Estadão Online)