O mercado global para produtos certificados pelo FSC – Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal pode ultrapassar US$ 5 bilhões, de acordo com recente pesquisa realizada junto a 250 empresas certificadas pelo sistema. O FSC, também conhecido como “selo verde”, oferece a melhor garantia disponível de que a atividade madeireira ocorre de maneira legal e não acarreta a destruição das florestas primárias como a Amazônia.
O mercado de produtos certificados pelo FSC continua em expansão em todo o mundo. Nos últimos dois anos, este crescimento tem provocado um aumento anual de 25% nos certificados de cadeia de custódia, assegurando transparência em todo o processo – desde a extração da madeira na floresta, passando pelo processamento na indústria até chegar ao consumidor final. O tamanho das áreas de floresta certificadas nos padrões FSC praticamente dobrou no mesmo período.
A pesquisa também revelou que a demanda por produtos FSC é maior do que a oferta no mercado de produtos madeireiros. Empresas que participaram da pesquisa afirmaram que, em relação à oferta, a demanda por madeira serrada ultrapassa 10 milhões de metros cúbicos.
“A demanda cada vez maior por produtos certificados pelo FSC mostra que os consumidores estão cada vez mais conscientes e que o mercado estará cada vez mais fechado para a madeira de origem ilegal e predatória”, diz Marcelo Marquesini, da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Os empresários devem aproveitar este momento como uma oportunidade para expandir seus negócios, conciliando preservação ambiental e critérios sociais no manejo das nossas florestas”.
Para o Greenpeace, os melhores padrões e critérios de manejo florestal atualmente são os estabelecidos pelo FSC. Ao comprar um produto florestal certificado pelo FSC, o consumidor tem garantias de que a extração da madeira foi realizada de forma ambientalmente adequada. Além disso, o selo indica que os direitos das comunidades que vivem na floresta ou nas proximidades foram respeitados e de que a exploração de madeira resultou em benefícios para a população local. A certificação também exige condições de trabalho adequadas, segurança e melhor qualidade de vida para os trabalhadores. Todo o processo respeita a legislação de cada país, bem como tratados internacionais.
O FSC foi fundado em 1993, em Toronto, Canadá, e sua sede atual fica em Bonn, na Alemanha. A instituição FSC não certifica, mas credencia e monitora entidades certificadoras que se comprometem a aplicar os princípios e critérios adotados pelo FSC. O FSC-Brasil, que elaborou os princípios e critérios para manejo florestal na Amazônia, tem sede em Brasília (DF).
No dia 18 de abril, a Rede GTA – Grupo de Trabalho Amazônico foi eleita para a presidência do Conselho Diretor do FSC-Brasil no período 2005-2007 do qual o Greenpeace também faz parte. O músico e luthier Rubens Gomes, da Oficina Escola de Lutheria da Amazônia e representante do GTA eleito, afirmou que “é a primeira vez que o movimento social preside o FSC no Brasil, fortalecendo também o manejo comunitário da floresta”.
Neste ano, a assembléia geral do FSC Internacional será realizada em Manaus, no Amazonas, em dezembro. É a primeira vez que o encontro, que ocorre somente a cada três anos, será realizado fora do país-sede. O Brasil foi escolhido por desempenhar um papel fundamental na certificação de produtos florestais. O País possui mais de 30% de plantações florestais e 1,3 milhão de hectares de floresta Amazônica sob manejo certificado. São esperados 600 representantes de mais de 100 países.
“A assembléia geral é um momento muito importante pois representa a oportunidade de aprimorar os princípios e critérios para manejo do FSC e demais regras do sistema de certificação. Uma das propostas do Greenpeace é que empresas que beneficiam madeira certificada e não-certificada sejam obrigadas a apresentar relatórios públicos periódicos, garantindo que a madeira certificada não é contaminada com madeira não-certificada” concluiu Marquesini. (Greenpeace)