Apesar de a certificação ter crescido no país até 2005, em 2008 ela esteve no menor patamar desde 2000. Os dados vão na contramão da intenção do governo de reduzir o desmatamento da Amazônia em 70% até 2018.
Segundo empresários e engenheiros florestais ouvidos pela Folha, há vários motivos para o declínio da certificação no país. O primeiro deles é a falta de regularização fundiária na Amazônia -boa parte das áreas privadas não tem documentação completa, o que impede a aprovação de planos de manejo e posterior certificação.
Johan Zweede, diretor-executivo do Instituto Floresta Tropical (IFT), disse ao jornal que muitos empresários se animaram anos atrás a tentar obter o selo. Ele conta, porém, que em 2005, quando começaram ações mais intensivas para coibir a madeira ilegal, os que possuíam certificado foram tratados da mesma forma que os ilegais. “Isso desestimulou o empresariado.” Tanto os empresários quanto o IFT ressaltam que o Banco da Amazônia, apesar de ter uma linha de financiamento para projetos de manejo sustentável, apoiou somente uma iniciativa até hoje
A primeira área florestal brasileira, certificada em 1997, tinha aproximadamente 123 mil hectares. Agora, existem 2,8 milhões de hectares com selo -o equivalente ao território do Haiti, por exemplo. Entidades da Amazônia e empresários dizem que o número de certificações só aumentará o crescimento da concessão (ou aluguel) de florestas públicas.
Manoel Pereira Dias, presidente da empresa Cikel e da Aimex (Associação das Empresas Exportadoras de Madeira do Estado do Pará) afirma, em entrevista à Folha, que a valorização do produto aumenta com a certificação. “Acabamos de voltar da feira e ficou claro que há uma procura muito grande por produtos certificados, porque dão garantia do marco legal”, diz. Segundo Zweede, alguns países europeus, como a Alemanha, preferem a madeira certificada e pagam mais por ela. (Fonte: Amazônia.org)