Estudo mostra biodiversidade da Patagônia pré-histórica

Depois da análise de 3,5 mil fósseis de folhas da região de Chubut, na Patagônia argentina, pesquisadores identificaram 52 tipos diferentes de danos causados por insetos, que se alimentavam dos vegetais. A pesquisa realizada por três cientistas dos Estados Unidos e um da Argentina está publicada na versão on-line da PNAS – Proceedings of the National Academy of Science.

Todos os fósseis são do início do Período Eoceno, quando as condições climáticas para o desenvolvimento dos insetos e dos vegetais era ótima, segundo os cientistas. Os resultados provam que há 52 milhões de anos havia uma grande quantidade de espécies insetívoras.

Para defender a tese de que a biodiversidade na Patagônia era alta naquele tempo como é hoje, os pesquisadores decidiram confrontar seus dados com outros, da mesma época, obtidos para a América do Norte. A variedade de danos encontrada nos fósseis sul-americanos, o que indica tipos diferentes de insetos, foi bem maior.

A comparação feita entre as espécies vegetais também atestou uma diferença a favor das amostras patagônicas. Havia mais tipos de plantas na América do Sul do que na do Norte.

Segundo Peter Wilf, da Universidade do Estado da Pensilvânia, e colaboradores o que se identificou foi uma antiga e rica história ecológica. As associações entre plantas e insetos dentro dos climas quentes, no passado, podem ser uma das chaves para explicar a alta biodiversidade que existe hoje em toda a América do Sul. (Agência Fapesp/ Estadão Online)