“O enchimento do lago da Usina Hidrelétrica de Barra Grande (SC) vai destruir seis mil hectares de Mata Atlântica causando o maior desastre ambiental da última década no país”. A afirmação é do coordenador do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens na região Sul, André Sartori.
Desconsiderando a legislação existente e os acordos construídos, o governo federal através do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis concedeu na segunda-feira (04) a Licença de Operação para a Usina, situada na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As empresas responsáveis, Alcoa alumínio S.A., Companhia Brasileira de Alumínio, do Grupo Votorantin, Companhia Paulista de Força e Luz e o Banco Bradesco têm agora a permissão de fechar as comportas e iniciar o enchimento do lago.
Segundo Sartori, além do impacto ambiental, cerca de 2.500 famílias, entre pequenos e médio agricultores e trabalhadores rurais sem-terra, serão atingidas. “Nós botamos contra a parede as empresas e o governo para resolver o problema social. Mas também o centro de nossas lutas foi para que o problema ambiental fosse resolvido e o único jeito de resolver era não criar o problema, que é não encher a barragem, não a alagar. Mas acabaram patroneando e decidiram fechar. Barra Grande acabou sendo uma vitrine em nível de Brasil, em nível internacional também da incompetência tanto das empresas quanto do Estado em fazer esse tipo de coisa”.
Um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta assinado pelas empresas construtoras da barragem acorda que o governo federal só permitiria a emissão da licença após a tomada de medidas que compensassem a destruição da floresta e garantissem o reassentamento da população atingida, porém nenhum acordo social e ambiental foi cumprido. (EcoAgência)