O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) vai se reunir em Brasília, provavelmente no dia 24 de novembro. O plano de construção de Angra 3 não está entre os assuntos a serem discutidos, mas o Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, disse ao Greenpeace que pretende inclui-lo para debate ao final da reunião, em razão de uma suposta possibilidade de ocorrer nova crise energética no Brasil. Essa informação contraria as declarações públicas feitas recentemente pelo presidente Lula e pela ex-Ministra de Minas e Energia e atual Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que já afirmou diversas vezes que não há essa possibilidade.
O CNPE, presidido pelo ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, é formado por mais seis ministros, além de um representante da sociedade civil, das universidades e dos Estados. O conselho vem discutindo há mais de dois anos a conveniência da construção de Angra 3. “O plano de instalação da terceira usina nuclear brasileira, assim como não consta da pauta da reunião, deve ser definitivamente descartado, juntamente com todo o Programa Nuclear Brasileiro, não devendo ser incluído na pauta de nenhum dos encontro do CNPE, a não ser que seja para ser banido completamente”, afirmou Guilherme Leonardi, coordenador da campanha antinuclear do Greenpeace Brasil.
A energia nuclear é ultrapassada e perigosa, pois expõe a população a riscos desnecessários e incalculáveis no caso de mau uso ou acidentes. As usinas também são caras e sujas, produzindo lixo radioativo que permanece perigoso por milhares de anos.
O Programa Nuclear Brasileiro já custou cerca de 40 bilhões de dólares ao Brasil, com a construção de duas usinas nucleares, Angra 1 e 2. Juntas, elas geram apenas 2% da eletricidade produzida no Brasil – algo em torno de 1900 megawatts (MW). A pequena produção e o alto custo da energia nuclear inviabiliza ainda mais esta opção, que deve ser substituída por fontes renováveis, seguras e limpas. Além disso, a construção de mais uma usina representa o aumento da ameaça nuclear à população e ao meio ambiente.
Fonte: Greenpeace