N segunda-feira (5), em audiência de conciliação e justificação, na 1ª Vara da Justiça Federal de Roraima, líderes indígenas dos Distritos Sanitários Leste e Yanomami, e a AGU – Advocacia Geral da União, chegaram a um acordo para a desocupação da sede da Funasa – Fundação Nacional de Saúde, por 10 dias, prazo para que as reivindicações sejam atendidas.
Caso a Funasa não atenda as exigências das comunidades indígenas, o prédio voltará a ser ocupado. Uma comissão permanente, formada por líderes das etnias yanomami, macuxi, ingarikó, wai wai e wapichana, vai acompanhar todas as ações do órgão durante os dias estabelecidos no acordo judicial.
A Advocacia Geral da União reconheceu a legitimidade das manifestações das comunidades para melhorar a saúde nas aldeias, mas argumentou no pedido de reintegração de posse que o fechamento da instituição ocasionaria mais demora na solução dos problemas apresentados.
Em nome de todos os ocupantes, a comissão formada por Peri Yanomami, Valdeci Wai Wai, Gerson Ingarikó, Severino Macuxi e Luciana Lima decidiu aceitar a proposta de acordo. A advogada do CIR – Conselho Indígena de Roraima, Dra. Joênia Wapichana, foi quem representou os indígenas na audiência.
Peri Yanomami foi bastante contundente ao afirmar ao juiz que indígenas de todas as comunidades dos Distritos Sanitários Leste e Yanomami, não estão apenas preocupados com o repasse de verbas para as instituições conveniadas da Funasa, mas com normalização da assistência nas aldeias.
Mesmo com a desocupação, a comissão de líderes indígenas pretende reforçar, no período de 10 dias, as manifestações contrárias a efetivação do médico Ramiro Texeira, no cargo de coordenador regional da Funasa.
A sede da Funasa estava ocupada há uma semana pelos indígenas da etnia yanomami. Na sexta-feira (2), representantes dos povos macuxi, ingarikó, wapichana, taurepang, patamona e wai wai reforçaram a manifestação. (Conselho Indígena de Roraima)