A expedição “Salve o Peixe-Boi da Amazônia”, promovida pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, finalizou seus trabalhos com saldo extremamente positivo para a preservação da espécie no Amazonas.
“Em todos os lugares por onde passamos, o Ibama foi muito bem aceito. Sentimos que as comunidades tem tentado cada vez mais se unir para preservar o meio ambiente”, diz Branca Tressoldi, veterinária do Ibama e coordenadora da campanha.
Apesar de terem contabilizado mais de 250 animais mortos durante a vazante, os técnicos do Ibama avaliam que as comunidades estão cada vez mais conscientes da necessidade de preservação. “Elas tem se sensibilizado em relação à fartura de peixe-boi que seus avós contavam que existia antigamente e hoje não encontram mais; então se unem pra preservar um lago e buscam informações”, avalia Branca,
A veterinária conta que o interesse era tão grande por orientações de como preservar o peixe-boi que, nos locais por onde não o barco do Ibama não pôde passar, os moradores se deslocavam e procuravam os funcionários do órgão para pegar informações e levar material informativo para as comunidades.
“Essa expedição ocorreu em um momento crucial, principalmente por causa da seca rigorosa que o estado sentiu esse ano. Os animais estavam mais expostos e muitos foram alvo fácil para caçadores ainda não sensibilizados ou até mesmo desinformados sobre a situação crítica em que está a espécie”, lamenta Branca.
Mas de 100 mil pessoas atingidas – Foram três etapas de viagens de barco pelo interior do estado, que compreenderam 63 dias de operação, entre 15 de agosto e 16 de novembro, percorrendo 21 municípios do Amazonas e dois no Pará, visitando mais de 98 comunidades.
O Ibama estima que tenham sido atingidas diretamente, nas 200 palestras realizadas, mais de 21 mil pessoas e indiretamente mais de 100 mil. Os professores das escolas visitadas e as rádios do interior ofereceram auxílio imprescindível na divulgação da campanha, servindo co mo multiplicadores das informações.
“Sabemos que a educação ambiental é um processo de longo prazo, mas esperamos realizar esse trabalho anualmente. Procuraremos fazer com que a expedição “Salve o Peixe-Boi da Amazônia” faça parte do cronograma anual de atividades do Ibama, para que cada vez mais o órgão possa estar presente no interior do Estado, levando informações as comunidades ribeirinhas, esclarecendo dúvidas e fiscalizando o que for irregular e prejudicial ao meio ambiente”, diz a coordenadora da campanha.
Para a campanha, foram disponibilizados R$ 100 mil pelo Ibama e R$ 30 mil pela Manaus Energia, empresa que apóia a preservação do peixe- boi através do Centro de Pesquisa e Preservação de Mamíferos Aquáticos. (Flávia Mendonça/ Ibama)
Por que capturar um inseto pode acabar em multa
Em 21 de junho, Luís Paulo dos Santos Pereira, estudante de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), andava por uma área do Serviço Florestal Brasileiro, ao lado do campus universitário, com uma rede coletando insetos para uma tarefa de aula, quando foi abordado e multado por um fiscal do Ibama.
