Ainda não é possível avaliar se foi cumprido o principal objetivo da operação Uiraçu, de combate ao desmatamento no sul do Amazonas. Os resultados da operação foram divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Como não se dispõe ainda dos dados mais recentes do desmatamento na região, não é possível garantir que ele tenha sido reduzido nem estimar o quanto da floresta deixou de ser destruída, graças à operação, segundo o Ibama.
“A gente entrou em campo no início da seca e ficou até o fim. Nossa meta era prevenir o desmatamento, muito mais do que identificar e punir os responsáveis pelas queimadas e derrubadas já realizadas. Até porque o Brasil liderou na Conferência Internacional das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas a proposta de que o desmatamento evitado pudesse ser negociado como crédito de carbono”, explicou o gerente-executivo do Ibama, Henrique Pereira.
Até agora, o Ministério do Meio Ambiente só divulgou os dados mais recentes do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais relativos ao período entre agosto de 2004 e setembro de 2005 – para toda a região Amazônica. Eles apontam uma redução de 31% na taxa de desmatamento. Para o Amazonas, o último dado se refere ao período entre agosto de 2003 e setembro de 2004 – quando houve uma redução de 39% na taxa de desmatamento.
Um levantamento realizado pelo Sistema de Proteção da Amazônia na área total dos 12 municípios do sul do estado (que foram alvo da Uiraçu) mostrou que o desmatamento neles aumentou em média 16% entre 2003 e 2004.
Segundo o chefe da Divisão de Planejamento e Monitoramento de Operações do Sipam, Jair Schmitt, a acompanhamento do desmatamento no sul do Amazonas continua e os dados relativos a 2005 devem ser divulgados entre março e abril do próximo ano. “Também estamos trabalhando também no levantamento da destruição florestal em todos municípios de Roraima”, contou ele.
Os 12 municípios do sul do Amazonas são: Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Pauini, Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Apuí. Ao contrário do Sipam, o Inpe não trabalha a área integral dos estados amazônicos, mas sim com imagens de satélite por amostragem – por isso, não dispõe de dados por município. (Thaís Brianezi/ Agência Brasil)