Ibama faz fiscalização ostensiva contra desmatamento na Amazônia

Uma fiscalização ostensiva nos 170 dias do verão amazônico, época mais propícia às queimadas, foi a principal estratégia apontada pela gerência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas para buscar a redução nos índices de desmatamento no sul do Estado. Os resultados desta fiscalização, contudo, devem aparecer em mapas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apenas no próximo ano.

Mas o balanço da Operação Uiraçu (nome de gavião amazônico) nas quatro bases no sul do Estado, apresentado nesta sexta-feira, já revela avanços. Foram apreendidos 21 mil metros cúbicos de madeira, cinco tratores e 15 motosseras. No ano passado foram apreendidos 14 mil metros cúbicos de madeira.

“Além da estratégia das equipes se revezarem nas bases durante todo o verão, outra inovação neste ano foram os mapas do Inpe”, afirmou o gerente executivo do Ibama no Amazonas, Henrique dos Santos Pereira. Até o ano passado, os mapas de desmatamento do Inpe eram anuais e, desde o início deste ano, são divulgados a cada 16 dias.

De acordo com Pereira, nas fiscalizações feitas de 7 de maio a 2 de novembro foi constatado que o trecho mais crítico no desmatamento é no quilômetro 180 da Transamazônica, a BR 230 – que liga Palomita (PA) a Benjamin Constant (AM). “Na altura da cidade de Manicoré, por conta da migração, destruímos muitos ramais para entrada na mata”, contou.

Também foram considerados mais críticos os trechos da BR 364 – Rio Branco (AC) a Porto Velho (RO) -, cortando o município de Lábrea, e trechos da BR 317 – Lábrea (AM) a Triunfo (PA).

Os 12 doze municípios do sul do Amazonas mais atingidos pelo desmatamento são Lábrea, Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Pauini, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Apuí. As quatro bases da operação Uiraçu ficaram em Boca do Acre, Humaitá, Apuí e Ipixuna.

Segundo dados divulgados pelo Inpe em junho deste ano, apesar de o Amazonas ter apresentado uma redução de 39% no índice de desmatamento de 2003 para 2004, o sul do Estado ainda é o maior foco.

Estudo mais detalhado apresentado em julho pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) apontou um aumento de 16% na área desmatada no sul do Estado no ano passado em relação a 2003. A área destruída em 2004 foi de 8.238 quilômetros quadrados, ante os 6.926 quilômetros quadrados perdidos em 2003.
(Fonte: Estadão Online)