O pouco que resta de vegetação nativa no Norte Pioneiro do Paraná pode estar sendo destruído por uma empresa de extração de areia na zona rural de Jacarezinho. No local, máquinas e caminhões avançam na floresta que deveria ser preservada. O cenário é de destruição – atualmente, restam só 3% da área de vegetação nativa no Norte Pioneiro.
O empresário Roni do Prado Lopes não obteve nenhuma resposta do escritório regional em Jacarezinho do IAP – Instituto Ambiental do Paraná após denúncia. “Fiz a denúncia ao chefe do IAP (Venilton Mucillo), na presença de duas testemunhas. Ainda tive o cuidado de verificar se era necessário protocolar e ele disse que não, pois havia testemunhas”, conta.
A empresa Extração de Areia Ouro Grande, no entanto, dona da área e com sede em Ourinhos (SP), obteve do IAP licença para a retirada da areia. O IAP, segundo os diretores da empresa, identificados apenas como Leandro e André, estabeleceu uma cota de extração, mas eles não informam qual o volume altorizado. Ambos os diretores garantem estar cumprindo as determinações do IAP.
Destruição – O movimento de máquinas na floresta é constante. Elas são usadas para desbastar o morro coberto pela mata. Com a ação, junto com a areia são levadas árvores, que são cortadas e transformandas em toras e lenha.
No escritório regional do IAP, apenas um funcionário trabalha de plantão, já que o órgão está em férias coletivas até o dia 9. Ele disse que não poderia dar informações sobre o caso. O chefe do escritório, Venilton Mucillo, não foi localizado pela reportagem.
No entanto, na terça-feira (27), o fiscal Tarciso Mossato Pinto disse que a responsabilidade pela demarcação da área de extração é de outro fiscal. Esse fiscal já esteve na área para notificar a empresa de que deveria apresentar um novo plano de extração e recomposição da área degrada, uma vez que a empresa adquiriu um novo espaço de extração.
Segundo o fiscal, a extração mineral é regulada pela legislação federal, que permite exploração em áreas de preservação permanente. Pinto admite que a situação é delicada, mas salienta que, antes de solicitar licença ao IAP, as mineradoras obtêm registro para extração no DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral. Caberia ao IAP apenas condicionar a exploração a um plano de recomposição ambiental. (Marco Martins/ Gazeta do Povo/PR)