O aquecimento dos oceanos em conseqüência da mudança climática pode acabar com o plâncton, organismos microscópicos que são a fonte da vida marinha e também absorvem boa parte do dióxido de carbono da atmosfera.
Uma equipe de cientistas dirigidos por Jef Huisman, da Universidade de Amsterdã, descobriu que o plâncton pode ficar sem nutrientes por causa desse processo que ameaça o planeta.
Os cientistas acham que isso pode ter implicações catastróficas para todo o habitat marinho, já que o plâncton está na base da cadeia alimentar dos animais que povoam os oceanos.
Segundo o estudo, publicado na revista “Nature”, a mudança climática, que está na origem de uma elevação da temperatura das águas da superfície dos oceanos, também interfere no movimento ascendente dos nutrientes procedentes das profundidades oceânicas.
Tais nutrientes, que contêm nitrogênio, fósforo ou ferro, são alimentos essenciais do fitoplâncton. Caso seja interrompida sua provisão, as plantas morrerão, o que terá o efeito acrescentado já que não poderão absorver o dióxido de carbono da atmosfera.
O mar é um dos “lixões naturais” da natureza, já que absorve o dióxido de carbono e dissolve o carbono no oceano ou o deposita como resíduos orgânicos em seu leito.
O abundante fitoplâncton dos oceanos absorve enormes quantidades de dióxido de carbono. Quando os organismos morrem, levam o carvão orgânico ao leito dos oceanos, onde permanecerá durante milhares de anos.
Segundo o autor do estudo, o plâncton é a base da cadeia alimentar e, ao mesmo tempo, o fitoplâncton consome, no processo de fotossíntese, o dióxido de carbono que contribui para o chamado efeito estufa.
“A absorção de dióxido de carbono pelo fitoplâncton existente na vastidão dos oceanos contribui para diminuir o ritmo de crescimento do dióxido de carbono na atmosfera terrestre”, assinala o professor Huisman. (Efe/ CarbonoBrasil)