Críticos consideraram que o único ponto original do discurso sobre o Estado da União feito na terça-feira (31) pelo presidente dos EUA, George W. Bush, foi o reconhecimento de que os Estados Unidos sofrem de um “vício em petróleo” que precisa ser combatido. “Muitos acham que é espantoso que um homem do petróleo fizesse isso. Mas esse home do petróleo é um presidente por baixo nas pesquisas”, disse o analista Robert McGeehan, especialista em política externa americana do Real Instituto de Relações Exteriores do Reino Unido.
O jornal francês “Le Monde” reagiu com ceticismo à possibilidade de o presidente ser capaz de cumprir a meta de cortar as importações de petróleo do Oriente Médio em 75% ao longo dos próximos 20 anos.
O presidente da Opep – Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Edmund Daukoru, disse que a abordagem de Bush é “unilateral”. “A Opep não adota a visão de que se pode simplesmente escapar do petróleo da noite para o dia, ou no curto prazo”, declarou.
O ativista e porta-voz do Greenpeace, Steven Sawyer, desejou sorte ao presidente americano. “O primeiro passo em enfrentar um vício é reconhecer o problema, então podemos chamar este o primeiro passo num programa para acabar com o petroleolismo”, disse ele. “Boa sorte. É algo que precisa ser feito”.
O discurso sobre o Estado da União é uma tradição da democracia americana. Nele, o presidente lança, ao início de cada ano, as bases do que pretende realizar à frente do governo. (Estadão Online)